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Bastaram três dias de greve na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, para que fosse afetada a produção de veículos de outras duas unidades da montadora. Ontem, a empresa concedeu dois dias de folga – hoje e amanh㠖 aos 3,8 mil trabalhadores da unidade de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A Volks informa que a interrupção do trabalho é uma "decisão estratégica". Mas, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), o problema é que já começam a faltar peças que são fornecidas pela fábrica do ABC.

De acordo com o primeiro secretário do sindicato, Jamil Dávila, algumas partes do assoalho e do chassi dos veículos montados no Paraná são prensadas na estamparia de São Bernardo do Campo, onde os funcionários devem permanecer em greve até segunda-feira. Dávila explicou que, como o estoque de peças da unidade paranaense é bastante reduzido – normalmente dura cerca de dois dias –, era possível que a produção de veículos fosse interrompida já na madrugada de hoje, durante o terceiro turno de trabalho.

A Volks apresentou a proposta de folga ao SMC às 13 horas de ontem. Ou seja, apenas uma hora antes da assembléia que decidiria por uma possível greve, em solidariedade aos 1,8 mil trabalhadores do ABC que nesta semana receberam cartas de demissão. Como os funcionários de São José dos Pinhais votaram a favor da proposta da montadora – de dois dias de folga, compensados por um dia de trabalho, em 30 de setembro –, a possibilidade de greve no Paraná está afastada por enquanto.

Na fábrica de Taubaté (SP), que usa motores produzidos na unidade de São Bernardo do Campo, os trabalhadores também terão duas folgas, ambas na semana que vem.

Reestruturação

Os cortes programados pela montadora fazem parte de um plano de reestruturação anunciado em maio. Os 1,8 mil funcionários paulistas que receberam cartas de demissão só deixam o trabalho no fim de novembro, quando termina um acordo de estabilidade firmado em 2001 com a matriz da montadora.

Na unidade de Taubaté, 160 pessoas foram mandadas embora no início de agosto. Mas, como o sindicato local fechou acordo com a Volks, há garantia de novos investimentos nos próximos anos. O mesmo não ocorre na fábrica do ABC, a maior e mais antiga da montadora no Brasil, que corre o risco de ser fechada caso a empresa não entre em acordo com os funcionários.

No Paraná, a previsão era de que 900 pessoas fossem demitidas até o fim deste ano. Mas, segundo o SMC, os cortes só devem ocorrer a partir de janeiro. Até lá, informa o sindicato, contratos de venda já firmados garantem que a produção permanecerá próxima do pico, que é de 810 veículos por dia.

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