A Volks também indicou que até o momento não se confirmou o possível impacto negativo em suas contas, avaliado inicialmente em 2 bilhões de euros| Foto: Ina Fassbender/Reuters

A Volkswagen afirmou nesta quarta-feira (9) que não existem provas de manipulação dos dados de emissão de CO2 de milhares de veículos, ao contrário do que a própria montadora havia anunciado há algumas semanas.

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“Não foi confirmada a suspeita de que foram alterados ilegalmente os números de consumo de combustível”, afirma em comunicado a companhia, que comercializa 12 marcas.

A empresa também indicou que até o momento não se confirmou o possível impacto negativo em suas contas, avaliado inicialmente em 2 bilhões de euros.

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A Volkswagen, que está envolvida em um escândalo mundial por ter manipulado 11 milhões de carros para adulterar os resultados dos testes de contaminação, anunciou no início de novembro o resultado de uma investigação interna, segundo a qual existiam milhares de veículos com emissões de CO2 inferiores ao indicado, algo que agora desmente.

A montadora afirmou na ocasião que o caso poderia afetar 800 mil veículos, incluindo automóveis a gasolina, e que poderia custar até dois bilhões de euros.

O novo diretor do grupo, Matthias Müller, e Hans-Dieter Pötsche, presidente do conselho de supervisão, concederão uma entrevista coletiva na quinta-feira (10) em Wolfsburg, onde fica a sede da empresa, para falar sobre o caso dos motores com software que adulterava resultados.

Omissão anterior

Há mais de dez anos, a Volkswagen escondeu informações de agências reguladoras dos Estados Unidos, diz o jornal Wall Street Journal, que teve acesso a documentos internos da companhia.

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Em 2004, funcionários da Volkswagen nos EUA alertaram seus chefes na Alemanha sobre defeitos em uma peça do sistema de emissões nos motores movidos à gasolina. Os alemães decidiram não informar o problema à agência ambiental.

Após dezenas de carros da Audi terem voltado às concessionárias com o sensor quebrado, o que poderia afetar as emissões, criou-se uma exigência legal para que a peça fosse incluída em relatórios enviados obrigatoriamente aos reguladores.

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Quando um funcionário da Califórnia incluiu a peça defeituosa em um rascunho do relatório, o executivo da Audi na Alemanha, Bernhard Grossmann, enviou um e-mail para o supervisor dos funcionários no EUA, Norbert Krause, pedindo para excluir a peça do documento, o que foi feito dias depois.

O jornal diz que se as autoridades federais dos EUA decidirem investigar a divulgação dos dados sobre a peça pela Volkswagen e concluírem que ela falhou em fornecer informações, a montadora poderia estar sujeita a uma multa de até US$ 140 milhões.

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A peça, chamada de EGT na sigla em inglês, não é um dispositivo que manipula os testes de emissões. Ela controla a temperatura do escapamento caso ele aqueça demais, o que serve para minimizar as emissões.