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Londrina – A crise da agropecuária ainda está longe do fim, mas o estado tem plenas condições de recuperar em pouco tempo os mercados externos de carnes perdidos por conta da crise da febre aftosa. A avaliação é do presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Edson Neme Ruiz. Até domingo, a SRP promove a 46ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, um dos principais eventos nacionais do setor.

Gazeta do Povo – Já é possível se falar em recuperação da agricultura paranaense?

Edson Neme – Isso levará um bom tempo. No Paraná, 70% dos produtores não têm condições de honrar as dívidas assumidas. Uma das causas é o clima, já que enfrentamos seca por dois anos seguidos. Mas o problema maior é o câmbio, que vem trazendo, safra após safra, grandes dificuldades para o campo. Em 2004, compramos os insumos para o plantio com o dólar a R$ 3,30 e o produto foi vendido a R$ 2,70. No ano passado, a situação se repetiu. Compramos os insumos com o dólar a R$ 2,30 e estamos vendendo o produto com ele a R$ 2,15. Esses 10% que estamos perdendo é normalmente a margem de ganho do produtor. Além disso, os preços internacionais estão abaixo dos patamares esperados.

A pecuária se restabelece mais rapidamente?

A pecuária também enfrenta alto preços dos insumos – como medicamentos e combustíveis – em dólar. O preço das mercadorias sobe quando o câmbio sobe, mas não abaixa quando ele cai. Antes mesmo da crise sanitária, a pecuária já estava em crise, com baixa liquidez e preço baixo da carne no mercado interno. Quando isso começou a mudar, veio a aftosa, que deu uma paulada na cabeça do pecuarista. Mas estamos no caminho para retomar as exportações.

Quanto tempo levará essa recuperação?

O Brasil se recupera mais rápido que os outros. É o único país com potencial de exportação de carne e que consegue oferecer quantidade, qualidade e bom preço. Ele vai voltar ao mercado mais rápido e naturalmente, sem precisar brigar muito.

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