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Novos ônibus articulados e biarticulados da Volvo já estão em circulação no Transmilenio, em Bogotá
Novos ônibus articulados e biarticulados da Volvo já estão em circulação no Transmilenio, em Bogotá.| Foto: Divulgação/Volvo

Que o sistema de ônibus BRT nasceu em Curitiba todo mundo sabe. Mas foi o Transmilenio, em Bogotá, que aperfeiçoou o modelo de embarque em nível e vias exclusivas para ônibus. O sistema, que atende a 2,5 milhões de passageiros por dia na capital e região, está renovando a frota e apostando em veículos mais modernos, menos poluentes, com controle de velocidade e conectividade. A cidade colombiana comprou 700 novos ônibus da Volvo, e os primeiros lotes foram oficialmente entregues nesta terça-feira (25). O custo total do negócio, contando chassis e encarroçamento, é de US$ 210 milhões.

São 202 articulados e 134 biarticulados, que já começaram a rodar e devem aumentar em 25% a capacidade do sistema. “Nenhum outro sistema de BRT é tão complexo quanto o Transmilenio. São linhas que carregam de 30 a 40 mil passageiros por hora, por sentido. É difícil até para fazer testes”, pontua Fabiano Todeschini, presidente da Volvo Buses Latin America.

A venda desses 700 veículos foi o maior negócio fechado pela Volvo na década. No total, serão entregues 402 biarticulados e 298 articulados. Os chassis são produzidos na fábrica da empresa no Brasil, que fica em Curitiba. O encaroçamento é feito na Colômbia, pela Superpolo.

De olho na América Latina

Todeschini avalia que esse é um bom momento para o mercado de ônibus urbanos na América Latina. Em Bogotá, além do Transmilenio, o SITP, que é o sistema de ônibus alimentadores, também vai substituir veículos. Santiago, no Chile, também está no processo de renovação de ônibus. “São os dois maiores sistemas da América Latina em renovação e também há São Paulo, que tem a maior frota, e tem uma particularidade de não fazer grandes compras, mas renovar ao longo do tempo”, observa.

Além disso, há cidades em diferentes países que estão de olho na implementação de sistemas de BRT, como República Dominicana, Guatemala, Equador e Honduras e podem fazer novos investimentos. “Eles olham o BRT como um sistema viável, a metronização dos ônibus, em cidades que não têm tempo ou dinheiro para o metrô”, pontua.

O negócio da Volvo em Bogotá garantiu que a empresa sueca mantivesse a liderança nos sistemas de BRT da América Latina: ela detém 50% de participação nesses sistemas da região. A estimativa é de que há cerca de cinco mil veículos articulados ou biarticulados em operação na região.

Além de Bogotá e Curitiba, onde os veículos da empresa chegam a 70% da frota, há articulados e biarticulados da marca em operação em mais 16 cidades da América Latina, como São Paulo, Rio de Janeiro, Cidade da Guatemala, Quito, Cidade do México, Cali e Santiago.

Mas Todeschini ressalta que não se pode esquecer o segmento de ônibus rodoviários. No Brasil, houve um crescimento de 100% em relação ao ano anterior. Já na América Latina, os mercados estão iguais ou aquecendo, com exceção da Argentina, cuja situação econômica é mais delicada.

Eficiência e ganho ambiental no Transmilenio

O sistema Transmilenio precisava renovar a frota, já que alguns articulados estavam em operação desde o início do sistema, no começo dos anos 2000. O diretor da Volvo Buses Colômbia, Andre Marques, lembra que alguns ônibus rodaram ao longo de 19 anos, por mais de 1,5 milhões de quilômetros. Esses veículos foram aposentados há duas semanas.

Os novos veículos são preparados para a ativação do Controle Automático de Velocidade Volvo, um sistema que limita automaticamente a velocidade máxima dos ônibus em pontos criativos de segurança, como as redondezas de escolas e hospitais. O controle é feito remotamente, sem a ação do motorista, com base no sistema de geolocalização.
Esse sistema já opera em Curitiba, na linha do Ligeirão. Desde a instalação, a quantidade de acidentes foi reduzida pela metade. Os ônibus também estão equipados com dispositivos como o Fleet Management, um tipo de monitoramento por telemetria em tempo real que permite acesso a dados de aceleração, frenagem, velocidade e consumo de combustível.

A alta demanda do Transmilenio também exige soluções para reduzir a pegada ambiental. Por isso, esses ônibus têm um sistema de filtro de materiais particulados que reduz as emissões de poluentes. Na comparação com os veículos que circulam atualmente na cidade, com motores padrão Euro II, essa redução chega a 96% em materiais particulados.

Esses são os primeiros veículos equipados em fábrica com esse tipo de tecnologia que circulam na América Latina. Mário Esteban Correa, gerente comercial da Volvo, explica que essa solução é até mais eficiente que o sistema empregado nos motores Euro VI, usados na Europa. No BRT de Bogotá, os veículos usam um tipo específico de combustível, o Biodiesel B10, de Palma, que já é mais limpo.

*A jornalista cobriu o evento a convite da Volvo

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