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Walkman Sports, modelo de 1991: portabilidade antes do mp3 | Wikimedia Commons
Walkman Sports, modelo de 1991: portabilidade antes do mp3| Foto: Wikimedia Commons

São Paulo - Todo mundo vê um desses todos os dias: fone plugado no ouvido e olhar perdido, ele emite um som que fica entre o "pxxx pxxx pxxx" e o "tsss tsss tsss". Do lado de lá, o chiado é o que sobra para o mundo da música favorita dele, o olhar perdido é fruto da imersão e o som está bem alto. Se daqui ele tem jeito de zumbi surdo, de lá é o mundo que parece dormente e mudo.

As pessoas podem ser divididas entre quem ouve música alta e quem ouve o ruído gerado pelo vazamento do som – que, diga-se, é bem irritante. O tocador de música portátil, esse dispositivo capaz de transformar o dia em uma espécie de trecho de filme, virou ícone dos ensimesmados e símbolo desta geração que supostamente sofre de excesso de individualismo.

Acontece que a ideia de submergir em uma trilha sonora individual tem 30 anos. Já atravessou, portanto, algumas gerações – provavelmente cada uma delas, a do walkman, a do discman ou a do iPod, foi acusada pela anterior de ser individualista demais.

O walkman foi lançado em 1979. Anunciado em 21 de junho, começou a ser vendido no Japão em 1º de julho. Já havia toca-fitas portáteis. Mas eram mais usados como gravadores; eram caros; e os fones, pesados demais para serem levados por aí.

O fone perdeu peso – foi de 400 para 50 gramas – e suas funções foram limitadas. Agora ele tem o objetivo específico de carregar, para onde você fosse, as suas músicas favoritas. E tornou-se cool.

Para que isso acontecesse, a Sony fez uma campanha sagaz: fazia apenas dois anos que o movimento punk marcara o exato momento em que a moda passava a ser ditada pelas ruas, e não mais vice-versa. A Sony, então, colocou jovens com fones nos ouvidos para andar por bairros como Ginza, em Tóquio, até hoje berço de tendências. Daí foi só esperar. Um ano depois, o walkman já era febre nos EUA.

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