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Segunda unidade da Zaitt, em São Paulo, tem o abastecimento parceria e a inteligência de mix produtos do Carrefour. (Foto: Divulgação).| Foto:

Há pouco mais de um mês, os moradores de São Paulo conheceram uma nova forma de fazer suas compras: uma loja que mistura minimercado e conveniências, não possui funcionários, filas nos caixas, e todo o processo – desde a entrada no estabelecimento – é feito por QR Code e outras tecnologias. A operação em São Paulo é a segunda da Zaitt, primeira loja autônoma da América Latina que começou em 2017, em Vitória, no Espírito Santo.

A entrada em São Paulo se dá com uma parceria de peso, o Carrefour, que trouxe sua expertise em logística e abastecimento para este novo modelo de negócio. É do Carrefour que 90% dos produtos vêm, e o abastecimento do estoque é feito com dia e hora marcada.

“Isso nos facilita na organização. A parceria também é importante pois o mercado em São Paulo é diferente de Vitória, e eles nos mostraram, por exemplo, quais categorias de produtos seriam mais conhecidas neste tipo de loja”, conta Christian Abramson, diretor de Marketing da Zaitt.

A parceria com o Carrefour só existe para a loja de São Paulo e é só uma das diferenças para a unidade do Espírito Santo. Em Vitória, a Zaitt fica localizada na Praia do Canto, e, segundo Abramson, a venda de bebidas alcoólicas é muito alta.

Já a unidade paulistana está no bairro Itaim Bibi, escolhido pelo alto fluxo de pessoas que levam um estilo de vida bem diferente de quem está passeando pela praia: a pressa e correria de uma megalópole faz com que o ponto seja um bom lugar para uma compra rápida ou até mesmo para um almoço – que você pode esquentar ali mesmo, nos microondas disponíveis. A Zaitt funciona 24h, todos os dias da semana.

A Zaitt surgiu em abril de 2016, em Vitória, como um projeto de faculdade dos cofundadores, Rodrigo Miranda, Mário Miranda, Tomás Scopel e Renato Antunes Jr. A princípio, era um aplicativo que fazia delivery de bebidas que também tinha uma microloja para eventos e vendas nas proximidades. Logo, perceberam que o negócio poderia ir mais longe, fecharam a loja, o aplicativo, e em dezembro de 2017 inauguraram a unidade em Vitória, um modelo embrionário do que se tornou a loja de São Paulo.

Para acessar as duas unidades, o cliente utiliza o celular e realiza a leitura de um QR Code. Em São Paulo, além do QR Code também é possível liberar as portas por Reconhecimento Facial. A foto é feita no momento de preenchimento do cadastro no aplicativo da Zaitt, junto com os dados do cartão em que será feita a compra. No Espírito Santo, também é por leitura de QR Code que os produtos comprados são registrados, e o cliente finaliza a compra no aplicativo. É aí que entra o grande pulo tecnológico da operação paulistada: a Radio Frequency Identification (Identificação por radiofrequência - RFID).

Nesta nova experiência, basta escolher seus produtos, colocar na sacola e se dirigir à saída da loja. Depois de escolher se utilizará o QR Code ou o Reconhecimento Facial para liberar a primeira porta. Quando ela se fecha, o cliente fica entre duas portas, e é quando as ondas de radiofrequência fazem a leitura das etiquetas radiotransmissoras. Em uma tela à sua frente, aparecem os itens adquiridos, basta confirmar e a compra será processada no cartão cadastrado no aplicativo.

“É uma nova forma de comprar, não exige grandes conhecimentos de tecnologia dos consumidores para isso”, diz Abramson. Pela loja, existem avisos que auxiliam na compra, além de um passo a passo no site e no aplicativo, mas o diretor diz que é tudo bastante intuitivo e simples. “É uma mistura de intuição e suporte ativo”, explica.

E a tecnologia também vem para ajudar na estratégia de vendas. Na região, circulam os mais variados perfis de consumidores, que mudam de acordo com o horário e o dia da semana. Sendo assim, por que não oferecer preços dinâmicos que estejam alinhados com os clientes do momento? “Eu consigo, pelo computador, alterar o preço de um produto. Com isso consigo criar promoções especiais, por exemplo, de acordo com o que sai mais em determinado período”, conta.

Para Abramson, chegar a São Paulo é como encarar um show ao vivo: é preciso estar preparado, mas também ficar de olho o tempo todo para adequar rapidamente o que não está funcionando.

“Estamos sempre realizando testes para melhorar a experiência do cliente. Dizemos que a Zaitt é uma loja que nunca estará pronta, pois estamos sempre evoluindo”, completa.

Apesar da semelhança com a Amazon Go, loja autônoma da gigante americana, Abramson diz que a inspiração da Zaitt veio da China, onde este formato já é bem estabelecido. A entrada da Amazon neste mercado, porém, mostra que é necessário sempre “elevar a barra”, segundo o diretor.

“Podemos hoje ter a melhor tecnologia e amanhã aparecer alguém com novas soluções”, diz. Toda a tecnologia utilizada na Zaitt é desenvolvida dentro da própria empresa.

Os planos de expansão, por enquanto, estão focados na cidade de São Paulo, onde mais uma unidade deve ser inaugurada em breve. Abramson ressalta, porém, que pelo tamanho da cidade, duas lojas são pouco.

Outra frente de expansão, que, segundo o diretor já está sendo negociada, é oferecer o modelo da Zaitt para empreendedores interessados em terem uma loja autônoma. “Mas, por enquanto, quanto mais próximo de São Paulo, melhor, pois é onde está toda nossa equipe”, conta.

E parece que os paulistanos estão gostando da novidade. Nas duas primeiras semanas de funcionamento, o número de novos cadastros no aplicativo da Zaitt em São Paulo foi dez vezes o número médio de cadastros feitos em um mês em Vitória.

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