Da esquerda para a direita, os cofundadores do Zen App, aplicativo de meditação: Juliana Goes, Christian Wolthers, Matheus Veloza, Diego Santos e Matheus Benatti. (Foto: Divulgação)| Foto:

Depois de faturar US$ 1,1 milhão (quase R$ 4 milhões) no ano passado, o Zen App projeta um crescimento de 450% para 2019. Com downloads em 154 países, o aplicativo atingiu, em abril, 220 mil usuários ativos por mês e mais de 2,5 milhões de downloads na Apple Store e Google Play.

CARREGANDO :)

“Nós somos um app brasileiro com sucesso no mundo, uma prova de que é possível ultrapassar nossas fronteiras. Pensamos em como criar um app para ser o ‘Netflix da felicidade’, que oferecesse ferramentas para que as pessoas tivessem uma vida melhor”, afirma o cofundador e CEO do Zen App, Christian Wolthers.

Nascido em março de 2016 em Santos, o aplicativo brasileiro oferece meditações semanais e compartilha conteúdos voltados ao equilíbrio emocional, por meio de programas e cursos para o desenvolvimento pessoal e o autoconhecimento. A aplicação oferece uma versão gratuita com alguns conteúdos disponíveis e a paga, que custa R$ 19,90 mensais ou R$ 119,90 anuais, com todas as meditações guiadas, cursos e programas liberados.

Publicidade

Já em seu ano de lançamento, o Zen App foi destaque: esteve entre os 10 melhores apps para o sistema iOs e ficou entre os 24 melhores para o Android. A startup recebeu dois aportes de investidores-anjo. O primeiro deles logo após o lançamento, por parte de Andrea Iorio, que foi diretor do Tinder na América Latina, e, mais recentemente, da incubadora Science, capitaneada por Michael Jones, investidor-anjo que acumulou US$ 2,5 bilhões em vendas de startups nas quais investiu.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Por questões de sigilo, a empresa não informa os valores dos dois aportes. No entanto, confirma que está preparando a sua rodada de investimento série A – quando a startup se encontra no estágio de escala do negócio. De acordo com Wolthers, a elevada taxa de crescimento para este ano se deve, justamente, ao fato de estar neste momento específico.

“Começamos o aumento dos investimentos para a aquisição de usuários, o que vai refletir também em nosso faturamento. Pretendemos adquirir usuários em nível global, especialmente o mercado brasileiro, da América Latina e dos Estados Unidos. Nosso foco será em atingir pessoas que estão procurando por esse tipo de conteúdo em redes sociais, especialmente Facebook e Instagram”, revela.

O Brasil ainda é o principal público do app, seguido pelos Estados Unidos. Na terceira colocação, existe uma disputa entre Inglaterra, México e Austrália. Embora a estratégia foque em alguns mercados, os conteúdos – desenvolvidos atualmente em português, inglês e espanhol – ganharão outros dois idiomas: o alemão, a partir de maio, e o russo, entre junho e julho.

Publicidade

Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) dá sinais de que o aplicativo pode continuar em sua espiral de crescimento. Entre 2005 e 2015, o número de pessoas do mundo que vivem com depressão subiu 18% e atingiu cerca de 4,4% da população mundial. Estima-se que, só no Brasil, cerca de 11,5 milhões de pessoas sofram com a doença e 18,6 milhões de habitantes tenham problemas relacionados à ansiedade – existe a possibilidade de que algumas pessoas convivam com os dois transtornos simultaneamente, segundo a OMS.

Perfil de usuários

As mulheres são aproximadamente 60% dos usuários, e a faixa etária mais comum varia dos 18 aos 34 anos. “Em todo o mundo, percebemos o mesmo desafio: as pessoas estão vivendo o que não aconteceu, momentos do futuro que não se realizaram ou que nunca vão se realizar. Nós estamos abrindo caminhos para que as pessoas tenham mais presença em suas vidas no presente e, por isso, estamos tendo sucesso global”, analisa o CEO do Zen App.

A ideia do aplicativo surgiu de uma busca frustrada da esposa de Wolthers, a jornalista e youtuber Juliana Goes, também cofundadora do Zen – ao todo, são 5. “Ela estava procurando mais conteúdo para esse estilo de vida, menos focado no material, e buscando práticas e ferramentas para seguir com a sua jornada própria. E acabou não encontrando nada”, lembra.

Todas as meditações, cursos e programas são realizados no idioma nativo dos colaboradores – ou seja, não é feita tradução. Além das 10 pessoas que trabalham no escritório da empresa na Baixada Santista, cerca de 50 colaboradores estão espalhados ao redor do mundo desenvolvendo conteúdos variados, adquiridos por meio de licenças. “Nós tentamos não discriminar metodologias para chegar ao bem-estar, seja por meio de meditações guiadas, mantras ou outras práticas”, diz Wolthers.

Segundo ele, boa parte dos colaboradores foi encontrada em viagens para retiros em busca de desenvolvimento pessoal. “Muitas vezes, essas pessoas conhecem outros tipos de terapias e programas. Uma coisa acaba puxando a outra. Nós temos certeza de que cada produtor de conteúdo é alguém que vive o que está ensinando”, resume.

Publicidade