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Porto de Hamburgo: segundo a OCDE, exportações alemãs vão crescer em 2012 | Christian Charisius/Reuters
Porto de Hamburgo: segundo a OCDE, exportações alemãs vão crescer em 2012| Foto: Christian Charisius/Reuters

Alerta

Congresso dos EUA tem de agir logo, diz relatório

Agência Estado

Os cortes automáticos de gastos e aumentos de impostos em 2013 por causa da falta de acordo no supercomitê bipartidário para buscar uma solução para o elevado déficit federal dos EUA e os contínuos problemas na Europa poderão levar a economia norte-americana para uma recessão, afirmou a OCDE. Os cortes de gastos previstos e o vencimento dos cortes de impostos do governo George W. Bush "poderão conduzir a economia dos EUA para uma recessão, que a política monetária pouco poderá fazer para prevenir", disse a entidade.

Sem a ação no Congresso, a OCDE prevê que o crescimento econômico dos EUA será de apenas 0,3% no próximo ano e de 1,3% em 2013. Se a crise da dívida europeia acrescentar pressão adicional, a economia norte-americana entrará em recessão. Se o impasse no Congresso for resolvido, a previsão da organização para o crescimento do PIB dos EUA é de 2% em 2012 e 2,5% em 2013.

Contudo, a OCDE prevê que os líderes dos EUA não permitirão que o valor total de cortes e aumentos de impostos seja adotado. "O aperto fiscal incorporado na legislação em vigor (...) será excessivo, dadas as perspectivas econômicas relativamente fracas", diz o relatório.

No ambiente doméstico, os EUA continuam a enfrentar pressão proveniente do alto desemprego e do mercado imobiliário fraco. A OCDE prevê que a taxa de desemprego do país ficará em 8,9% em 2012 e 8,6% em 2013, levemente abaixo da taxa de 9% registrada no mês passado e bem acima dos níveis históricos.

A alta taxa de execuções de hipotecas deverá manter o mercado imobiliário fraco. Apesar de as taxas das hipotecas estarem em patamares historicamente baixos, muitas famílias não estão em posição de aproveitar o financiamento favorável ou estão relutantes em comprar enquanto os preços continuam incertos, diz o relatório.

A OCDE elogiou o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) por seus esforços para controlar as taxas de juros, incluindo a venda da dívida de curto prazo e a compra de títulos de longo prazo, e aconselhou os formuladores de políticas públicas a implementarem a Lei Dodd-Frank, que prevê mudanças no setor financeiro, e mostrar um compromisso crível com a sustentabilidade fiscal ao longo dos próximos dez anos.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo que reúne países desenvolvidos, reduziu suas previsões de crescimento para as maiores economias do mundo em seu relatório semestral sobre as previsões para 2012 divulgado ontem, e disse que a zona do euro entrou em recessão. A OCDE alertou que a zona do euro tem meses difíceis pela frente, com a economia recuando 1% a uma taxa anualizada no último trimestre deste ano e 0,4% nos primeiros três meses de 2012.

A entidade também alertou que a crise da dívida, que está agora afetando países vistos anteriormente como portos seguros, poderá "aumentar fortemente a ruptura econômica se não for solucionada" e levar a desfechos "muito devastadores". Os tumultos mais recentes nos mercados aconteceram na semana passada, após a Alemanha fracassar em levantar dinheiro em um leilão de títulos e a Itália ter de pagar um retorno ao investidor (yield) muito alto para conseguir rolar seus bônus.

A Itália planeja levantar mais 8 bilhões de euros (US$ 10,7 bilhões) em uma venda de bônus programada para hoje. Se a receptividade do mercado for fraca, os países da zona do euro poderão ficar em perigo real de se verem afastados dos mercados internacionais e enfrentarem a perspectiva sombria de um default nas suas dívidas. A Alemanha, maior economia europeia, então teria de decidir se salva seus parceiros ou se salva a si própria. A Ale­manha vê como solução para isso aprofundar a união fiscal entre os 17 países da zona do euro (leia mais nesta página).

Alemanha

A OCDE afirmou em seu relatório com previsões para 2012 que a economia da Alemanha deve se recuperar gradualmente no ano que vem, com um aumento nas exportações e a elevação dos investimentos, após uma leve recessão no quarto trimestre deste ano. Mas a entidade alerta que uma piora na crise da dívida soberana da zona do euro pode levar a uma deterioração substancial no balanço patrimonial dos bancos alemães, gerando riscos para a recuperação do país. "A solução para a crise, juntamente com uma melhor regulamentação dos mercados financeiros, pode desencadear uma tendência mais forte e duradoura de crescimento. Mas, no geral, os riscos são predominantemente de baixa", diz o estudo.

O relatório afirma ainda que, para impulsionar o crescimento, a Alemanha deveria rever sua estrutura tributária, para aumentar a cobrança sobre bases imóveis, como atividades prejudiciais ao meio ambiente; e retirando encargos de bases móveis, como o mercado de trabalho, onde os impostos são particularmente altos.

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