Novos modelos de aprendizagem revolucionarão o setor da educação por meio de opções, tecnologia e empoderamento.| Foto: Jonathan CamposGazeta do Povo

O Uber revolucionou o transporte. O Airbnb transformou os serviços de hospedagem e aluguel para temporada. O Netflix mudou os caminhos do setor de entretenimento sob demanda. Em todos esses casos, ideias ágeis competiram com os modelos existentes ultrapassados. E elas venceram. 

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Me sinto mal pelos taxistas que gastaram muito dinheiro para um emblema regulamentado e agora sem valor, mas eu realmente não consigo me lembrar da última vez que chamei um taxi.

E a popularidade do Uber levou à entrada de outros concorrentes no mercado, então se você não gosta do Uber ou das suas práticas, Lyft e outras empresas de carona estão ganhando rapidamente uma fatia do mercado. Inovações revolucionárias podem causar alguns desafios inicialmente, quando o mercado é recalibrado, as normas são rearranjadas e os trabalhadores são requalificados, surgem mais opções e maior variedade, com preços diferentes e níveis de serviço distintos, que são geralmente melhores para os consumidores. 

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A verdadeira genialidade desses três exemplos de inovações que modificaram completamente as suas indústrias é que elas fizeram isso simplesmente ultrapassando um modelo rígido preexistente e indo diretamente até o consumidor – oferecendo ao consumidor final um serviço que era vastamente melhor do que o padrão existente. Elas também aproveitaram a melhor tecnologia disponível para transformar os seus respectivos setores. 

Acredito que a mesma inovação revolucionária poderia funcionar na educação, com modelos novos e mais ágeis crescendo gradualmente e substituindo o sistema educacional existente, convencional e obsoleto. Afinal, táxis ainda existem para quem os prefere, mas agora há muitas outras alternativas. 

Os Ubers da Educação 

As possibilidades para a educação fora do sistema convencional são quase ilimitadas, e já podemos ver muitos desses modelos ganharem presença e popularidade. A Khan Academy se tornou um nome consolidado para aprendizagem online, por demanda, gratuita e de alta qualidade. Juntamente com a Khan, surgiram outras plataformas de aprendizagem online, como Duolingo, Coursera, HarvardX e MIT OpenCourseWare – apenas para citar algumas. 

O YouTube torna a aprendizagem fácil e interessante, seja para eu aprender a cortar vegetais, ou para a minha filha de seis anos aprender a preservar os insetos que ela coleciona, ou o meu filho de oito anos aprender novas manobras de skate. 

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Aliás, em relação a esse último exemplo, um artigo recente da Forbes sobre o futuro da aprendizagem explica por que os skatistas se tornaram tão bons em meados dos anos 1980. 

Acontece que aquela foi a primeira vez que vídeos esportivos de skate se tornaram acessíveis – utilizando a então nova tecnologia de VCR – e melhoraram rapidamente as habilidades dos skatistas. O colaborador da Forbes, John Greathouse, escreveu: 

“Do mesmo modo que vídeos esportivos de ação aumentaram rapidamente o nível de habilidade de milhões de participantes, realidade virtual e aumentada também fará disparar a disseminação de habilidades práticas e tácteis ao redor do mundo.” 

O futuro da aprendizagem, entrelaçado com tecnologia de ponta, também incluirá, muito provavelmente, espaços de aprendizagem inovadores que incentivam a individualidade e a invenção. Diferentemente de escolas convencionais, os novos espaços de aprendizagem colocarão menor ênfase em ordem e maior ênfase em originalidade, menos conformidade e mais criatividade.

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Prática auxilia no equilíbrio emocional, mas não substitui terapia ou outras formas de assistência especializada. Via Ideias

Publicado por Gazeta do Povo em Domingo, 10 de dezembro de 2017

O Modelo de Espaços de Criação 

Já podemos ver as sementes dessas alternativas à educação convencional em centros de aprendizagem autodirecionados em todo o país. Aqui em Boston, Parts & Crafts combina elementos de espaço de criação e de centro de aprendizagem autodirecionada para criar um ambiente de aprendizagem totalmente tecnológico e não coercivo para jovens que desejam aprender fora da escola.

O modelo de espaços de criação provavelmente será um grande catalisador para a definição de novos modos com que as pessoas, jovens e velhas, aprendem por meio da sua comunidade e ao longo da sua vida. 

Espaços de criação e espaços de hackers estão surgindo mais rapidamente e com maior acessibilidade em bibliotecas em todo o país. Como um artigo no The Atlantic explica: 

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“Espaços de criação são parte da missão expandida das bibliotecas de serem espaços onde as pessoas podem, não apenas consumir conhecimento, mas também criar conhecimento.” 

E aí está a grande diferença entre a educação do passado e a do futuro: a educação convencional obriga os estudantes a consumirem conhecimento, enquanto a educação do futuro empodera os estudantes – de todas as idades e níveis – a criarem conhecimento. 

Assim como o Uber ajudou a oferecer aos passageiros um serviço melhor e mais eficaz com custos mais baixos do que táxis tradicionais, os modelos revolucionários de educação do futuro serão melhores e mais baratos – e muito mais relevantes – do que as escolas tradicionais. Esses novos modelos de aprendizagem revolucionarão o setor da educação por meio de opções, tecnologia e empoderamento. O futuro é agora. 

*Kerry McDonald é bacharel em Economia pela Bowdoin e mestre em políticas educacionais pela Universidade Harvard. Vive em Cambridge, Massachusetts, com seu marido e quatro filhos que nunca frequentaram a escola. Acompanhe o seu trabalho em Whole Family Learning.

Texto originalmente publicado pela Foundation For Economic Education.

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Tradução: Andressa Muniz