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Alunos da UFPR são finalistas em competição em Harvard
| Foto: Natalie Carroll

Quem nunca usou um novo serviço e na hora veio aquele estalo na cabeça: “Como é que eu não pensei nisso antes?”. "Está na veia" de todo bom empreendedor enxergar o futuro antes que os outros e não ter medo de errar.

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“Vemos o empreendedorismo não como uma corrida de 100 metros, mas como uma maratona”. A frase é de Gabriel de Oliveira, de 24 anos, estudante da UFPR, finalista de uma competição de empreendedorismo promovida pela Universidade de Harvard.

Mas Gabriel não era o único aluno da Universidade Federal representando o Paraná em uma das instituições mais conceituadas do mundo. Das 5 equipes finalistas que viajaram para Boston para a disputa do HackBrazil, duas eram da UFPR.

Da esquerda para a direita: Diogo, Gabriel e Gustavo, alunos da UFPR finalistas na competição em Harvard
Da esquerda para a direita: Diogo, Gabriel e Gustavo, alunos da UFPR finalistas na competição em Harvard

“Na UFPR, eu sou presidente da Liga de Empreendedorismo, então lá eu converso com muitos alunos que também querem abrir empresa. E quando você chega aqui, num evento tão grande e olha no olho de um cara que é da tua cidade, da tua universidade e que está junto com você, aí você pensa 'estamos fazendo o certo'", se orgulha Gabriel.

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"Causar impacto"

Foram mais de 400 projetos inscritos, todos com um forte apelo empreendedor e com a missão de causar um impacto na realidade do Brasil. A final foi durante a Brazil Conference, evento promovido por alunos de Harvard e que reuniu importantes personalidades do Brasil.

“Ficamos felizes em ver que Curitiba está subindo o nível de qualidade das empresas com seus engenheiros. E a gente acredita que tem muitas ideias boas saindo da cidade”, disse Guilherme Vogt, também finalista do HackBrazil.

Os projetos paranaenses tiveram dois focos, um na indústria da moda e outro na da construção civil.

A equipe do Gabriel, que é estudante de Arquitetura e Urbanismo, contou também com o Gustavo Motta, aluno de Engenharia Elétrica, e com Diogo Miloco, de Engenharia de Produção. Eles criaram a empresa Instok, uma plataforma que busca otimizar o estoque de roupas de coleções passadas, que, como se diz no comércio, estão ‘encalhadas’.

Da esquerda para a direita: Adriano, Guilherme e Luis.
Da esquerda para a direita: Adriano, Guilherme e Luis.

“Nos trabalhamos com o estoque parado, a pessoa física quando vai ao shopping, na loja, não vê esse estoque. Esse é o estoque que a loja não conseguiu vender, de coleções passadas, e como colocamos esse estoque na nossa plataforma, a gente dá uma visibilidade maior, um leque maior, de itens pra loja”, explicou Diogo.

Assim, o lojista tem o controle do estoque parado na palma da mão, e os consumidores podem encontrar um ‘achado’ a um preço barato e sem sair de casa. “O aplicativo é aberto ao público, as pessoas poderiam fazer uma compra consciente, de alta qualidade, de baixo custo e retirar na loja no mesmo dia ainda”, concluiu Gabriel.

"Projeto de vida"

A outra equipe finalista é a NextCam, de Guilherme Vogt e Adriano Peniche, que estão no último período Engenharia Elétrica, e do Luís Guilherme Dias, recém-formado, também em Elétrica.

“Acredito que o nosso diferencial foi ir para a obra, sujar a bota e entender o problema do cliente”, falou Luís Guilherme. A plataforma tem o objetivo de aumentar a segurança nos canteiros de obras, fiscalizando e gerando relatórios sobre quem está usando os EPIs.

“O tamanho da dor é muito importante. Muita gente se acidenta. No Brasil, as prevenções de riscos ainda são tratadas de uma maneira muito negligente. Isso é sério”, explicou Guilherme Vogt, ao falar de como surgiu a ideia. “No ponto de entrada de cada obra, são colocadas câmeras que monitoram quem entra por reconhecimento e se o funcionário está usando o EPI ou não. Então, a gente consegue gerar relatórios para os responsáveis pela obra terem conhecimento de comportamento”, concluiu Adraino Peniche.

As duas empresas já estão em operação. Empreendedores jovens, dos 6 integrantes das equipes paranaenses, apenas um tem mais de 24 anos de idade. Eles chegam ao mercado de trabalho já como sócios de empresa, chancelados pela Universidade Federal do Paraná e premiados pela Universidade de Harvard.

“Enquanto amigos meus estão trabalhando em empresas grandes, eu estava na garagem de casa, trabalhando numa ideia que a gente criou”, comentou Diogo, um dos sócios do Gabriel, que definiu o empreendedorismo como “Projeto de vida”.

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