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Cerca de 500 alunos que seriam beneficiados pelo projeto Escolas Bilíngues de Fronteira em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, e na vizinha cidade de Puerto Iguazú, na Argentina, ainda não tiveram aulas nesse ano. O motivo: a prefeitura decidiu suspender o convênio que vinha mantendo com o Ministério da Educação (MEC) desde 2005 e não tem previsão de retomá-lo.

A decisão tomada a portas fechadas foi anunciada em fevereiro, quando as professoras da Escola Municipal Adele Zanotto se preparavam para propor que a iniciativa fosse estendida às escolas de Ciudad del Este, no Paraguai. "Não tivemos explicação. Simplesmente a diretora foi chamada para uma reunião com a secretária de Educação e informada que a prefeitura não daria mais continuidade ao projeto", conta a professora Ivanir Bianchetto.

Ao contrário de Foz do Iguaçu, em outras cidades, a ideia vem a cada ano ganhando a adesão de novas escolas. A experiência iniciada em Dionísio Cerqueira (SC) e Uru­guaiana (RS) estendeu-se a São Borja (RS) e Itaqui (RS), todas em conjunto com as respectivas cidades vizinhas argentinas. Desde 2008, escolas de Ponta Porã (MS), na fronteira com o Paraguai, também passaram a integrar o projeto de integração cultural.

Em Foz, única cidade paranaense a ser contemplada pelo convênio, quatro turmas de 2.ª, 3.ª e 4.ª séries participavam do projeto até o ano passado. Do outro lado da fronteira, eram sete as turmas, de 1.ª a 4.ª séries, integradas. Por meio do intercâmbio, uma vez por semana professoras brasileiras ensinavam português a alunos argentinos e professoras argentinas ensinavam espanhol a alunos brasileiros.

"Uma iniciativa dessas não pode simplesmente acabar", reforça Ivanir. A mesma opinião é dividida pela a diretora da Escola Intercultural Bilín­güe de Puerto Iguazú, Sandra Grade. "Comunicamos a decisão da prefeitura de Foz do Igua­­çu à representação do Ministério da Educação na província (estado) de Misiones e esperamos que o impasse seja resolvido", afirma. Procurados para esclarecer os motivos da suspensão das aulas, a secretária municipal de Educação, Joane Vilela, e o MEC, não responderam à reportagem.

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