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Chefe de uma das pastas mais importantes do governo, o Ministério da Educação (MEC), Ricardo Vélez Rodríguez, 75, tem se posicionado fortemente para combater a doutrinação marxista no contexto educacional, algo que ele afirma fazer há trinta anos. À Veja, o ministro disse, por exemplo, que “a ideologização nas escolas é um abuso”, e alertou: “quem praticar isso ostensivamente vai responder à legislação que existe no país”.

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Antes de ser escolhido para a pasta, o colombiano foi questionado por Bolsonaro: “Vélez, você tem faca nos dentes para enfrentar o problema do marxismo no MEC?”. Para ele, essa doutrinação nas escolas é “um atentado ao pátrio poder e uma invasão da militância em um aspecto que não lhe compete”. É no ensino superior, defende o ministro, que as doutrinas ideológicas devem ser estudadas.

Ao jornal, o ministro também voltou a falar sobre um assunto pelo qual foi atacado, há alguns dias, quando afirmou que “universidade para todos não existe”.  Ele explicou que “em nenhum país a universidade chega a todos. Ela representa uma elite intelectual, para a qual nem todo mundo está preparado ou para a qual nem todo mundo tem disposição ou capacidade”.

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Cotas

O sistema de cotas também está na mira do governo. Vélez afirmou que “elas [cotas] têm de ser eliminadas”, embora tenha dito que isso não será feito de imediato, mas, sim, com o tempo. “As cotas são uma solução emergencial, e, como tudo no Brasil, o provisório vira definitivo. Essa é a lógica macunaímica brasileira. Isso não conduz a lugar nenhum”, disse à Veja.

Mensalidade em universidades federais

O novo comandante do MEC também criticou o que os governos militares fizeram em relação às instituições de ensino superior. “Deu-se muita ênfase [às universidades], receberam muita verba do governo, desenvolveram-se”, disse ao jornal. Para Vélez, isso foi um erro porque acabou deixando em segundo plano a preparação de professores para o ensino básico e fundamental.

Sobre a possibilidade de que universidades federais passem a cobrar mensalidade, Vélez citou o exemplo da Colômbia, onde as pessoas pagam de acordo com a renda. “Se você é rico paga mais, se é pobre recebe bolsa”, explicou.

Escolha de reitores

Bolsonaro já prometeu não escolher reitores de esquerda para a liderança de universidades federais. Sobre isso, Vélez defendeu que o principal problema dos reitores é que são eleitos pela Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil).

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Dessa forma, ele explica, o reitor eleito acaba ficando refém do sindicato, que é da CUT. “O tal do Andes é um monstrengo que persegue o reitor durante todo o seu mandato”, criticou.

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Educação cívica e moral

Uma das falas do ministro durante a entrevista, na qual ele diz que o brasileiro “rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo”, tem sido amplamente criticada nas redes sociais. Contra esse tipo de comportamento, ele defende que disciplinas de educação moral e cívica devem voltar a ser aplicadas no ambiente escolar. “É necessário lembrar que existem contextos sociais diferentes e que as leis dos outros devem ser respeitadas”, falou ao jornal.

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