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Apesar de os estudantes de cursos noturnos conviverem com um colega de classe não muito solidário (o sono), aumenta a cada ano a demanda por esse horário de aula no ensino superior.

Os dados divulgados pela Universidade de Campinas (Unicamp) no Anuário Estatístico 2005 mostram que, entre 1989 e 2004, houve uma expansão de 592% nas vagas noturnas da instituição: de 135 para 935.

O número de cursos nesse horário também subiu, no mesmo período, de quatro para 22. E a tendência é que o ritmo acelere ainda mais, caso a reforma universitária seja aprovada.

O anteprojeto de lei prevê que as universidades federais ofereçam pelo menos um terço de seus cursos à noite, atendendo a uma reivindicação da União Brasileira dos Estudantes (UNE).

- Como trabalho de manhã e à tarde, tenho que lutar contra o sono para conquistar o tão sonhado diploma de advogado. Às vezes saio da faculdade às 23h, mas vale a pena - diz Paulo Andrade, de 24 anos, que não pode deixar de trabalhar porque mora sozinho e tem que sustentar a casa.

O caso do universitário é um dos exemplos do esforço e da perseverança que tomam conta dos "estudantes-morcegos". Mesmo trabalhando, há quem consiga entrar numa faculdade pública de primeira linha, em vez de aceitar qualquer vaga em instituições particulares menos reconhecidas.

As universidades privadas, porém, ainda lideram no quesito curso noturno. De acordo com o Censo do Ensino Superior de 2003, do Ministério da Educação (MEC), elas matricularam 1,8 milhão de estudantes nas aulas à noite, enquanto as instituições públicas receberam apenas 407 mil alunos.

Nos cursos diurnos, os números são mais parecidos: 890 mil contra 730 mil, respectivamente. No total, são 2,27 milhões de matrículas em cursos noturnos no Brasil e 1,61 milhão nos diurnos.

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