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Jeruza Santos, Jhulia Karol e Terezinha Guilhermina comemoram com os guias o pódio triplo do Brasil nos 100 | Buda Mendes / CPB
Jeruza Santos, Jhulia Karol e Terezinha Guilhermina comemoram com os guias o pódio triplo do Brasil nos 100| Foto: Buda Mendes / CPB
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Aposta certeira

Aluno mereceu o título de "papa-vaga"

Antônio Costa/ Gazeta do Povo

Depois de que se recuperou do golpe de não ter sido aprovado em Medicina mesmo tendo cursado o terceirão, Ruan Pires de Lima (foto), 18 anos, se empenhou estudando em um cursinho durante um ano. Ganhou o status de "aposta da vez" no curso pré-vestibular acesso e não decepcionou: hoje é calouro de Medicina na Federal do Paraná. Mas é só falar no apelido de papa-vaga que o estudante disfarça. "Todo aluno que procura maior contato com professor recebe atenção. Eu sempre gostava de tirar dúvidas e acabava ganhando estímulo em troca."

Ele diz que podia perceber o incômodo em alguns colegas ao saírem os resultados dos simulados e diante do incentivo dos professores. "Sei que existia a inveja, mas não entre meus amigos. Tínhamos o companheirismo e a ajuda mútua para que todos se saíssem bem", conta.

Toda sala de cursinho pré-­vestibular tem os alunos­-estrelinhas, aqueles que mais se destacam em provas e simulados e que acabam virando as apostas de professores e colegas. Esses estudantes acabam recebendo bolsas ou outros tipos de apoio das instituições. Mas a entrada nesse time não depende apenas do desempenho escolar. Confiança e autocontrole são ingredientes fundamentais para quem quer se dar bem nas provas do vestibular.

"Dá para perceber quem pode conquistar uma vaga à medida que os alunos vão se preparando. Tem aqueles que conseguem, com serenidade, cursar o terceiro ano pela manhã, fazer o cursinho à tarde e, à noite, resolver os exercícios pedidos. A postura é diferente", afirma Simone Benetti da Costa Maziozeki de Oliveira, professora de Química no ensino médio e no pré­-vestibular do Colégio Estadual do Paraná (CEP).

É o caso de Joana Caroline de Freitas Rosin, 17 anos, e de Lucio Camilo Copetti, 16, alunos­aposta do CEP que neste ano encaram o vestibular pe­a primeira vez. Joana vai tentar Direito e diz que mantém em foco seu planejamento de estudos para não deixar o nervosismo atrapalhar. "Passo a semana estudando e descanso no domingo", conta.

Lucio busca uma vaga em Agronomia na Federal do Paraná ou na Estadual de Ponta Grossa e conta que ser visto pelos professores como alguém com grande chance de aprovação não incomoda. "É um incentivo saber que acreditam em mim", diz.

Até o fim do ensino fundamental, Lucio sofreu com as provocações dos colegas e recebeu apelidos comuns àqueles alunos que estudam bastante. Hoje isso já passou. "Lembro das mães dos meus amigos dizendo que eles deveriam ser como eu e, apesar da ‘encheção’ em sala, isso me orgulhava", diz.

E se algum colega vier a se incomodar com o empenho de Lucio, a resposta está na ponta da língua: "É o seu futuro, se você se dedicar, vai ter o que quer mais rápido!", palavras de um futuro universitário.

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