Candidatos chegam para o 2º Dia de prova do Enem| Foto: Agência Brasil/Elza Fiuza

Mais de uma hora antes da abertura dos portões, um grupo mais precavido já aguardava em frente a uma escola de Brasília para fazer o segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A estudante Maria Clara Pereira Nascimento, 17 anos, contou que quase ficou do lado de fora ontem (8) e preferiu sair mais cedo de casa neste domingo.

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"O nervosismo de chegar na hora de fechar os portões prejudica", contou. Segundo ela, apesar do horário, as provas de ontem foram mais tranquilas e ela teve dificuldade apenas com as questões de química. Para a estudante, o grande desafio do Enem será hoje. "É redação e matemática. Para redação, eu treinei bastante, mas o que dá medo é o tema que vão escolher. Pensei em temas como Ebola e escassez de água e li muito sobre isso", afirma.

As provas de hoje (9) reúnem questões de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e matemática e suas tecnologias. O exame será aplicado em mais de 1,7 mil municípios e os participantes terão 5 horas e 30 minutos para resolver as questões e escrever a redação. Muitos participantes, como Maria Clara, consideram o dia mais longo e tenso para quem busca uma boa nota no exame.

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Este ano, mais de 8,7 milhões de pessoas se inscreveram no exame, que é usado tanto para garantir o ingresso em instituições federais de educação superior quanto o acesso a políticas públicas como o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Financiamento Estudantil (Fies), o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e o Ciência sem Fronteiras.

Matemática é a prova mais temida pelos candidatos

No topo de uma árvore, o bombeiro Marco Antonio Leal da Silva, que chegou duas horas antes de as portas abrirem, buscou uma sombra para se concentrar para a prova. Aos 47 anos, Silva busca uma oportunidade melhor e quer obter nota suficiente para cursar uma faculdade de Direito. Com os olhos pregados em anotações, o militar também admitiu que o bicho papão do Enem está na prova de matemática. "É a pior e a que tem mais peso assim, como a redação. A gente fica na expectativa de conseguir melhorar a vida porque, nesse país, só é possível com estudo", diz.

No segundo ano do ensino médio, Marcelo Barros Pereira tenta antecipar seu ingresso na faculdade. Não tem ainda um alvo, e elenca interesse em cursos que vão de administração ao de educação física. "O que pretendo é passar para terminar logo [o ensino médio] e me engajar em um curso superior", confidencia.

O estudante de 18 anos, que está fazendo a prova pela primeira vez, garantiu que não está nervoso. "Imaginava que era um bicho de sete cabeças pelo que falavam, mas foi muito tranquilo, e hoje é matemática, que eu tenho facilidade. A expectativa é com o tema da redação, mas tenho facilidade também", relata. Ontem (8), em quatro horas e 30 minutos, os candidatos resolveram questões de ciências humanas e ciências da natureza.

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Para a secretária Vânia Duarte, também não há motivo para temer. "Para mim, não são as piores provas. Já venho me preparando há três anos. Matemática se aprende e redação a gente tem que especificar o conteúdo e ficar atenta à acentuação e pontuação", disse. Aos 35 anos, Vânia tenta retomar os estudos que foram interrompidos há oito anos, depois de um acidente. "Meu sonho é cursar novamente administração, que tenho incompleto, e melhorar no meu emprego", contou.

O que levar

Quem vai fazer a prova precisa levar documento de identificação original com foto, cartão de confirmação da inscrição e caneta esferográfica preta em material transparente. Os portões foram abertos às 12h e serão fechados às 13h, no horário de Brasília.