Em 1937, o dirigível Hindenburg sobrevoou o prédio da universidade. Época em que a Federal estava dividida em faculdades| Foto: Acervo: Cid Destefani
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Unidos por um objetivo comum, os médicos Victor Ferreira do Amaral e Nilo Cairo – nomes conhecidos pelos curitibanos – foram os responsáveis por criar a Universidade Federal do Paraná, símbolo de Curitiba e tida por uma linha de pesquisadores como a primeira do Brasil. Foi em 19 de dezembro de 1912, dia da emancipação política do Paraná, que foi criada na Assembleia Legislativa a Universidade do Paraná (UP).

Apesar da parceria e da formalização, a instituição não tinha sede. A primeira delas foi uma casa alugada na Rua Comendador Araújo – onde hoje está o Shopping Omar. Com o dinheiro arrecadado com as matrículas (a universidade era particular) e uma doação do governo estadual, foi comprado um terreno em uma esquina da Rua Carlos de Carvalho com a Visconde de Nácar. O prédio não foi construído, já que ganharam uma área mais central, na Rua XV de Novembro.

A pedra fundamental do Prédio Histórico foi lançada em 1913. A "pedra" se trata de um pequeno cofre com objetos e documentos da época, como jornais, moedas, cópia do estatuto e lista de professores, alunos e funcionários. Na época, no local onde hoje é a Praça Santos Andrade havia um depósito de lixo, que atrapalhava as aulas por causa do mau cheiro. O depósito só foi retirado do local em 1916, depois de muitos pedidos do Centro Acadêmico à prefeitura, segundo a professora de História Márcia Dalledone Siqueira, autora do livro Universidade Federal do Paraná: História e Estórias.

A primeira grande crise

Em 1915, a Lei Maximiliano (11.530) estabeleceu o fim do ensino livre e exigiu a inspeção federal para o reconhecimento das instituições. Curitiba não cumpria todos os requisitos para manter uma universidade, pois ainda não tinha os 100 mil habitantes exigidos pela norma. Entre as determinações federais estavam a necessidade de exames preparatórios, seguidos de exames de vestibular. Três anos depois, o Conselho Superior de Ensino da União determinou o desdobramento da UP em escolas autônomas, com as faculdades de Engenharia, Direito e Medicina.

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A reunificação dos cursos ocorreu em 1946 e às três faculdades foi somada a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Assim, a capital paranaense passou a ser chamada de Cidade Universitária, Atenas Brasileira, Coimbra Brasileira e Cidade Sorriso.

A federalização e os efeitos da ditadura

Contornadas muitas batalhas normativas em torno da regularização federal da instituição, a universidade continuava em funcionamento. Mas verbas federais faziam falta. Só em 1950 a Universidade do Paraná passou a se chamar Universidade Federal do Paraná. A estrutura teve de se adequar às novas condições. Entre as reformas e construções necessárias surgiram o Hospital de Clínicas, um restaurante universitário, a Casa do Estudante e o Centro Politécnico.

O prédio histórico da Santos Andrade também foi repaginado. As instalações apresentavam vários problemas, ocasionados principalmente pela chuva que escorria pelas paredes. Na reforma, foram eliminados elementos clássicos e neoclássicos. A obra foi concluída em 1955, com uma fachada mais moderna e imponente.

Resistência

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Depois de um período conturbado, com perseguições políticas, fechamento de diretórios acadêmicos e censura por causa do regime militar, vieram as consequências da reforma universitária. "Como a universidade é um espaço prioritário de discussão e pluralidade de ideias recebeu muitos ataques", conta o reitor Zaki Akel Sobrinho.

Em 1985, aconteceu a primeira eleição para reitor. E em 1999, o prédio histórico da UFPR foi eleito, em votação pública, símbolo de Curitiba.

>>> Acompanhe aqui alguns dos fatos marcantes da história da UFPR.

>>>Curiosidades

Mudança: A ocupação do prédio da Santos Andrade se deu aos poucos. Certa vez, ansiosos estudantes de Engenharia trataram de promover por conta própria a mudança da Rua Comendador Araújo para o novo endereço. Entre risadas e brincadeiras, carregaram nas costas cadeiras, mesas, quadros negros e outros móveis. No dia seguinte, a universidade teve de contratar carroças para a mudança de volta.

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Mulheres: 325 candidatos concorriam às 120 vagas de Medicina da Federal em 1949. Dezoito foram ocupadas por mulheres. Foi um recorde da participação feminina, na época.

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