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Os estudantes que ainda ocupam 55 escolas estaduais em todo o estado de São Paulo vão deixar os prédios até a próxima segunda-feira (21). Após mais de um mês desde que o processo de tomada das unidades contra a reorganização de ensino - projeto do governo Geraldo Alckmin (PSDB) que previa escolas de ciclo único e o fechamento de 93 colégios -, o grupo entende que as ocupações “cumpriram sua função”. Um ato foi marcado para a próxima segunda-feira, às 17 horas, no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Embora a reorganização da rede estadual já tivesse sido suspensa por Alckmin em novembro, após uma série de protestos e queda de popularidade, parte dos estudantes decidiu continuar nos colégios para que a medida fosse cancelada. O governador diz que haverá discussão da reestruturação “escola por escola” no próximo ano. Mesmo assim, o número de unidades tomadas pelos estudantes caiu - eram 196 no auge das manifestações.

“O conjunto das nossas reivindicações, entretanto, não foi atendido e não cederemos até que seja. Analisamos, porém que as ocupações já cumpriram sua função e que é hora de mudar de tática. Reiteramos ainda que as ocupações em si não são o movimento secundarista, mas uma das táticas utilizadas por este”, escreve o Comando das Escolas Ocupadas, grupo formado por alunos de diversas ocupações e que se diz “único porta-voz do movimento”. “Se desocupamos, não é de forma alguma por não haver outra opção, mas justamente por haver outras, que no momento julgamos mais efetivas.”

Desde que a reorganização foi revogada, houve desgaste entre os estudantes e os movimentos sociais. Após o recuo do governo estadual, entidades como o sindicato dos professores do Estado, a Apeoesp, defendiam a saída das escolas ocupadas. Unidades que tiveram apoio de movimentos ligados a partidos políticos, como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e seus braços estadual (Upes) e municipal (Umes), além do Juntos (juventude estudantil ligada ao PSOL) também começaram a ser esvaziadas.

A estratégia é começar a deixar as unidades entre 12 horas desta sexta-feira, 18, e a próxima segunda. A decisão final, no entanto, caberá a cada colégio. Apesar da orientação geral, na Escola Estadual Ciridião Buarque, na Lapa, zona oeste da capital, por exemplo, os alunos devem fazer assembleia para votar a desocupação.

Calendário escolar

Enquanto os colégios seguem ocupados, as diretorias de ensino e a Secretaria da Educação adotaram estratégias diversas para que toda a rede conseguisse finalizar o ano letivo. Em ao menos dois colégios os alunos tiveram de usar escolas “emprestadas” para concluir as aulas. Em outro, desocupado recentemente, os estudantes terão de fazer até trabalho sobre a reorganização como parte do nota, já que não haveria tempo hábil para fazer as provas. Há ainda caso de escolas que terão aula até janeiro de 2016, já que neste ano também houve paralisação de 89 dias em alguns colégios no período da greve dos professores.

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