Família que lê unida permanece unida

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Dos 17 anos dedicados à docência, pelo menos sete foram vividos com o projeto Ler e Pensar. Telma Carpeski Budel é professora na Escola Municipal Sagrada Família, em Campo Magro, e leciona para uma turma do 2º ano. Em seu programa pedagógico, trabalhar as edições diárias da Gazeta do Povo já virou rotina, graças ao apadrinhamento da Montana Agriculture. "Os alunos esperam ansiosos. Alguns até se oferecem para buscar as edições na direção se eu demoro alguns minutos a mais para descer. Eles são muito curiosos, gostam de discutir. Vejo que a proximidade com os temas das reportagens gera mais envolvimento e enriquece o aprendizado", opina.

Telma conta que os alunos tornaram-se mais críticos e bem informados. Motivada pelo desejo de levar os resultados "para fora dos muros da escola", em julho a professora passou a estender o projeto às famílias, permitindo que os jornais usados em sala fossem levados para casa. Antes, no entanto, para investigar os hábitos de leitura dos pais, encaminhou uma pesquisa para saber quantos liam jornal. O questionário revelou que das 29 famílias entrevistadas apenas quatro não tinham o hábito, por morar em regiões rurais mais afastadas.

Então, as crianças passaram a levar um kit chamado "leitura da vez", com o jornal do dia e um caderno para que registrassem, junto da família, a reportagem que julgassem mais interessante. No dia seguinte, o conteúdo é apresentado em sala. "Todos os pais se envolveram e os alunos, além de demostrar conhecimento sobre o que estavam falando, aprimoraram a comunicação", conta Telma. Já para a coordenadora pedagógica, Carmem Maria Felipe, "trabalhar assuntos atuais contribui com o plano pedagógico e com a assimilação dos conteúdos disciplinares."

Inspiração materna

Louise Santana Costa (foto) é uma das alunas mais entusiasmadas com o Ler e Pensar. A mãe, Norma Santana Costa, conta que lia para a filha ainda na gestação. "Ela estava na barriga e eu já contava histórias. Deve ser por isso que gosta tanto de ler", lembra. Norma conta que viu valor na atividade proposta. "Não só lemos as notícias, como discutimos todos os assuntos em família", conta.