O diálogo entre governo e professores das universidades federais foi retomado nesta terça-feira (24), às 17h30, após impasse estabelecido ao final da reunião dessa segunda-feira com o Ministério do Planejamento. A greve dos docentes, que dura 69 dias, segue sem data para terminar.

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Representantes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef) estão reunidos com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça.

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Depois da reunião desta segunda-feira, a presidente do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes), Marinalva Oliveira, disse que a proposta da União impõe perdas salariais a 75% da categoria e por isso foi rejeitada por assembleias em todo o país. Mesmo assim, Marinalva diz ter expectativa de novas ofertas do governo, após a rejeição e a falta de avanços no encontro desta segunda-feira.

A presidente da Andes disse ainda que a discussão é de "concepção". Ela reclama que o governo está incentivando a desestruturação da carreira, ao impedir a progressão, criando barreiras para o docente chegar ao teto da profissão. Já o governo diz que questões como a titulação devem ser discutidas em outra mesa de negociação, propondo um grupo de trabalho específico para o tema. "Creio que devemos focar os pontos de divergência", afirmou Amaro Lins, secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação. "O maior cuidado que devemos ter é com os jovens de nossas instituições", acrescentou.

Marinalva Oliveira afirmou também que a responsabilidade pela situação dos estudantes é do governo. A uma pergunta sobre se não temia o corte do ponto, ela respondeu: "A nossa greve é legal. Quem não está avançando é o governo, que só depois de sessenta dias está apresentando uma proposta".

Embora haja consenso de que "questões técnicas" e "conceituais" não estão abaixo do debate salarial na pauta dos sindicalistas, setores do governo dizem que o movimento pretende acabar com a valorização dos títulos de mestre e doutor nas universidades. Os grevistas que têm essa linha de raciocínio defendem que apenas o tempo de trabalho seja o suficiente para um docente atingir o topo da carreira.

Questionado sobre a importância da titulação como incentivo para a melhoria do ensino, o sindicalista Gutemberg Almeida, do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), respondeu que "os títulos seriam um estímulo se o governo não incluísse também na progressão da carreira fatores como a produtividade". Ele diz que hoje os professores estão tendo carga horária elevada em sala de aula, prejudicando pilares das universidades como a pesquisa e a extensão.

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Das 59 universidades federais do País, apenas duas não aderiram à greve. A grande maioria dos 38 institutos federais de educação também está com as atividades paralisadas.

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