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Um cursinho tão concorrido quanto o próprio vestibular – 4,5 mil inscritos para 350 vagas (quase 13 candidatos por vaga). Em sua sexta temporada, o Em Ação é o pré-vestibular para estudantes de baixa renda mais bem-sucedido de Curitiba. Mantido pela ONG Em Ação, o preparatório virou referência nacional e orgulha-se de bater recordes de aprovação a cada ano. Só no último vestibular o índice foi de 70%, contabilizando apenas as vagas conquistadas na UFPR e no Cefet-PR.

O segredo do sucesso é a adoção de um esquema profissional de ensino (semelhante ao dos cursinhos tradicionais), aliado a um relacionamento de proximidade com os alunos. A equipe de professores é composta por voluntários – a maioria jovens profissionais e pesquisadores da própria UFPR.

"Os professores dão muita confiança. E tem outro diferencial: a gente já está dentro da UFPR", destaca Aline Schultz, 17. Recusada como bolsista em um cursinho particular, ela soube do Em Ação por um amigo. Foi também através do boca a boca que Bruna Alessandra Gantzel, 17, soube do cursinho. A jovem destaca a amizade entre os colegas de turma. A maioria com histórias parecidas e com um gosto comum pelos estudos. "Quando tem um final de semana livre a gente nem sabe o que fazer", brinca. As aulas acontecem sempre aos sábados e domingos.

Com alunos de todas as idades e com graus de conhecimento diferentes, o maior desafio dos professores é nivelar as turmas – são duas no extensivo e uma no semi. "É preciso resgatar o que o aluno sabe e complementar", explica o biólogo e professor Carlos Werner Hackradt, 27. Somente fórmulas e musiquinhas não adiantam. É preciso aprender a raciocinar. "Eles devem desenvolver a capacidade de buscar o conhecimento", acrescenta Hackradt. O cursinho disponibiliza ainda aulas de Desenho Técnico e oficinas de Redação, além do acompanhamento de psicólogos.

De acordo com Marcelo Guilherme, 30, presidente da ONG e professor de Química, a vontade de todos é ampliar a oferta de vagas no pré-vestibular. Contudo, a iniciativa esbarra na falta de mais voluntários e recursos. "Fizemos uma projeção de custo de R$ 70 por aluno. Não precisaríamos de muito dinheiro", garante. Atualmente, o Em Ação se mantém graças à arrecadação com a taxa de inscrição (R$ 20, incluindo manual) e de cinco apostilas anuais – não obrigatórias – ao custo de R$ 27 cada uma. Para ingressar no seleto grupo, o candidato passa por uma prova de 40 questões, nos mesmos moldes da UFPR, e por uma avaliação socioeconômica. (JRM)

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