• Carregando...
 | Ivonaldo Alexandre / Arquivo Gazeta do Povo
| Foto: Ivonaldo Alexandre / Arquivo Gazeta do Povo

Antes limitado a “irmãos maçons”, ou seja, apenas homens que integrem alguma ordem dessa fraternidade, um curso de pós-graduação a distância dedicado ao ensino da maçonologia passou a aceitar qualquer pessoa que tenha nível superior completo. Inclusive mulheres, historicamente vetadas na maçonaria.

A especialização é validada pelo MEC (Ministério da Educação) e oferecida pelo Uninter, um dos maiores grupos universitários do país, por 17 parcelas de R$ 127,30 (R$ 2.164) mais R$ 49,90 de matrícula.

Leia também: Membro expulso da Maçonaria tenta reverter decisão na Justiça

Saiba como é a maçonaria por dentro. Nosso repórter conta tudo

Segundo Jorge Bernardi, professor no curso e candidato da Rede ao governo do Paraná, a turma que começa na semana que vem – a terceira da pós – “não é mais restrita só aos maçons”.

Chanceler da Uninter e candidato a senador pelo PSL, Wilson Picler reuniu o Conselho Acadêmico do grupo “e determinou que as aulas fossem abertas ao público em geral”, diz Bernardi.

Antes, o pró-reitor de pós-graduação da Uninter, Nelson Pereira Castanheira, havia dito à reportagem que “a maçonaria considerada regular no Brasil só aceita membros do sexo masculino”. Até há exceções de lojas maçônicas que aceitam mulheres, mas isso é um tanto heterodoxo e ocorre à parte das três principais potências maçônicas (como são chamadas as correntes internas) no Brasil.

Segundo Castanheira, a ementa da pós detalha a história e a filosofia da “fraternidade” que, só para ficar na história política contemporânea, tem em suas fileiras nomes de coloração partidária tão variada quanto o vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), o ex-governador paulista Márcio França (PSB) e o ex-presidente Michel Temer (MDB).

A grade curricular do curso de maçonologia se divide em tópicos como “legislação e estrutura maçônica”, “geometria sagrada e a visão cabalística” e “o esoterismo ocidental e a ciência da iniciação”.

Leia também: Vice de Bolsonaro, Mourão conta com apoio de ‘irmãos’ maçons na eleição

O ecletismo é a razão de ser desse grupo que tem origem lá na Idade Média. Maçom (pedreiro em francês) era uma categoria importante numa época pródiga em erguer castelos e igrejas colossais.

Os maçons se organizavam no que pode ser visto como antepassado dos sindicatos atuais. Esses grupos corporativos serviam para assegurar segredos do ofício e depois foram se abrindo para outros segmentos sociais, ainda que preservando a aura de sociedade secreta.

Maçons assumiram a linha de frente da história em vários momentos, entre eles a proclamação da independência brasileira – cujo patrono, José Bonifácio, era um “irmão”. Entre outros maçons ilustres estariam presidentes americanos (como George Washington) e pensadores (Voltaire).

Muitos grupos religiosos, como boa parte dos evangélicos, comparam a Maçonaria a uma seita, embora maçons se classifiquem como uma "instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista. Durante as eleições, os maçons fizeram várias manifestações de apreço a Jair Bolsonaro.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]