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Começa hoje a jornada da estudante Karinne Lima, 20 anos, rumo à Rússia. Há apenas dois meses ela desistiu de ser advogada, abandonando o curso de Direito no terceiro ano. Neste momento, enfrenta uma viagem de 18 horas para finalmente concretizar uma antiga aspiração. Na bagagem, roupas, retratos e o sonho de se tornar médica estudando naquela que é considerada uma das melhores escolas de Medicina do mundo, a Universidade Sechenov de Moscou (MMA).

Consciente da nova realidade que terá de enfrentar, a curitibana, entusiasmada, faz previsões otimistas. "Sempre quis estudar Medicina. Escolhi o curso de Direito por influência da família, mas agora vou aproveitar a oportunidade para realizar meu antigo sonho. Pretendo me formar, fazer pós-graduação e mestrado lá mesmo, na Rússia", diz a estudante.

A manobra radical de Karinne ilustra um aspecto pouco explorado dos intercâmbios estudantis: a pluralidade de destinos para estudar no exterior. Em outubro começa o período de viagens e a lista de opções extrapola as fronteiras dos países mais badalados para o ensino, como Estados Unidos, Canadá e Inglaterra. Lugares como Ucrânia, Polônia, Nova Zelândia, Costa Rica, Colômbia e Islândia – dentre outros menos ortodoxos em matéria de intercâmbio – gradativamente chamam a atenção dos estudantes mais aventureiros.

É o caso do bancário Cristiano Siquinelli, 20, que estudou um ano na Índia. "Não queria fazer intercâmbio num lugar onde já sabia o que ia acontecer. Encontrei um país diferente, que foge a qualquer rotina. Fiz cursos, aprendi um pouco de filosofia oriental e, como é tradição lá, passei a valorizar o conhecimento dos mais velhos. Um dia pretendo voltar", conta.

A estudante Elis Pereira, 19, optou pela África do sul na hora de aprofundar o conhecimento da língua inglesa e aprovou a experiência. "Não queria ir para os EUA. Me sugeriram a África do Sul. Como queria conhecer lugares novos, pesquisei sobre o país e fiz minha escolha. Nunca me arrependi. Aprendi muito lá e acho que o menos importante para mim foi o estudo do idioma", afirma.

Diferentemente do que se pode imaginar, as diferenças culturais de lugares considerados exóticos nem sempre determina a escolha dos intercambistas. É o que explica o professor Donizete Giusti, coordenador de intercâmbio da Universidade Federal do Paraná (UFPR). "O que faz um destino ser mais procurado do que outro é a admiração do candidato por aquele país. A provável dificuldade de adaptação não é determinante. Mas, em qualquer lugar a experiência é positiva."

Para os indecisos, uma alternativa é procurar orientação em agências de intercâmbio. "Nosso trabalho é fazer com que o estudante perceba as opções que melhor se encaixam no seu perfil e faça uma escolha", explica Eduardo Heidemann, gerente de marketing da AF Intercâmbio. Se determinação e vontade de aprender são qualidades que não têm nacionalidade definida, a variedade de opções para estudar no exterior só tem um limite: o mundo.

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