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Na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) os bolsistas do ProUni têm um desempenho acadêmico considerado superior em relação aos demais alunos. Uma das explicações está nas regras do programa: a reprovação pode resultar em perda parcial do benefício e a reincidência pode findá-lo. "Os estudantes sabem que conseguir uma nova oportunidade como essa é quase impossível", diz o diretor de assuntos acadêmicos, Maurício Ribeiro. Ele argumenta que a universidade já possuía um sistema de concessão de bolsas e que o ProUni foi responsável por fortalecê-lo. "Uma das finalidades das instituições de ensino é oportunizar o conhecimento para todo mundo, o que inclui os que não têm condições financeiras."

Em 2008, foram 115 formandos do ProUni: 90% dos que entraram em 2005 colaram grau. "A desistência é mínima", afirma Ribeiro. O perfil dos alunos bolsistas da PUCPR bate com o nacional. A maior parte desses acadêmicos estuda à noite e está na faixa etária dos 21 aos 25 anos. A única diferença é que na instituição as mulheres estão em maioria, representando 65% dos bolsistas. Hoje, há 2.500 estudantes desfrutando do benefício, o maior número do estado.

Mesmo com os dados positivos sobre o programa do governo federal, alguns estudantes ainda se sentem discriminados pelos colegas de turma. O coordenador do ProUni na Universidade Tuiuti, Sérgio Karpinski, diz que essa é uma realidade dentro da instituição. "Muitas vezes, o bolsista não tem o mesmo poder aquisitivo dos colegas e não frequenta os mesmos lugares. Acabam sendo discriminados". A Tuiuti e a PUCPR não possuem programas específicos de orientação aos estudantes sobre esse tema, mas como cada acadêmico é entrevistado pessoalmente, sabe que se precisar de ajuda deve procurar o coordenador do programa, que é quem realiza as entrevistas.

A PUCPR diz que não detectou esse tipo de situação dentro da instituição. De acordo com Ribeiro, uma pesquisa de marketing realizada com os universitários mostrou que eles se sentem em condições de igualdade com os colegas. Por isso, a universidade não possui nenhuma política específica para os bolsistas do ProUni. "Eles são tratados com igualdade, como qualquer aluno", afirma.

O coordenador do ProUni da Tuiuti critica alguns pontos do programa. "Podemos dizer que o processo de seleção do Fies (Programa de Financiamento Estudantil) é mais justo e democrático". O Fies é um financiamento estudantil para estudantes de graduação, que obtêm subsídios para pagar parte das mensalidades e só saldar a dívida depois do fim do curso. Quase todo o processo é realizado pela internet. Apesar de se levar em consideração o perfil socioeconômico dos candidatos, não há pré-requisitos, como ter cursado o ensino médio em escola pública ou particular com bolsa. "Muitos estudantes que se encaixariam no perfil do ProUni não são aceitos porque cursaram escola particular", argumenta Karpinski. "Muitas vezes, o ingresso na rede privada de ensino se deu durante o terceiro ano, com o objetivo de se preparar melhor para a universidade, graças a um esforço enorme das famílias. Não há espaço para essas situações".

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