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A parceria entre Cabo Verde e Brasil para a instalação da primeira universidade pública naquele país poderá, pelo menos, dobrar o número de alunos no sistema público de ensino superior cabo-verdiano. A estimativa é da ministra da Educação e Valorização de Recursos Humanos de Cabo Verde, Filomena Martins. Segundo ela, em seu país, atualmente cinco mil estudantes estão matriculados em instituições públicas de ensino superior.

"A partir do momento em que instalarmos a universidade em Cabo Verde, a perspectiva é, num curto espaço de tempo, duplicar, ou até triplicar esse número. Nossa realidade financeira é limitada, nem todas as famílias conseguem proporcionar aos filhos a formação no exterior, mas tendo a formação superior no país isso irá facilmente duplicar, e, portanto, a parceria com o Brasil, neste momento, é crucial para nós", ressaltou a ministra.

Segundo ela, o modelo e a estruturação da universidade já foram definidos em parceria com o Brasil. "Estamos a implementar um programa de formação avançada para os nossos docentes, que será feita não apenas no Brasil – no âmbito do PEC-PG (Programa Estudante Convênio Pós-Graduação) – mas também uma proposta interessante de fazer a formação, principalmente em medicina, no próprio país."

A sugestão de capacitar os docentes em Cabo Verde partiu do presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), professor Jorge Guimarães. O governo cabo-verdiano pretende formar no Brasil os professores da futura universidade, mas, na avaliação de Guimarães, os resultados serão mais rápidos se cursos brasileiros forem levados àquele país. "Sugeri a formatação de cursos brasileiros já consolidados em áreas importantes como saúde pública, epidemiologia, lá em Cabo Verde, ou dentro da nova universidade ou dentro das faculdades que já existam", contou ele.

Segundo o presidente da Capes, experiências semelhantes estão sendo desenvolvidas em Moçambique e em Angola. "Esse projeto está em curso, estamos formatando a sua composição final com a Fiocruz, que tem um dos melhores programas de saúde pública e epidemiologia do Brasil, e com a Universidade Federal da Bahia, que igualmente tem cursos de graduação de alto nível, reconhecidos pela Capes", informou Jorge Guimarães.

Ele sugeriu ainda a implantação de "um programa maciço de iniciação científica" em Cabo Verde. "É muito mais eficiente, rápido e barato do que simplesmente eles mandarem (para o Brasil) 20, 25 fazerem mestrado ou doutorado. Isso é factível e trará como resultado uma velocidade muito maior na formação de recursos humanos dentro da temática que eles necessitam."

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