Depois das aulas sobre comunismo e racismo, alunos desfilaram com cartazes em que estava escrito “Liberdade a Angela [Davis]” (“Free Angela”), “Cadeia a Trump” (“Jail Trump”). A imagem acima foi incluída em uma denúncia feita contra a escola.| Foto: Reprodução
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Uma professora de uma escola da Filadélfia forçou alunos do quinto ano do ensino fundamental a celebrar o “comunismo negro” e simular um comício do movimento Black Power em homenagem à política radical Angela Davis, ex-integrante do grupo violento Panteras Negras.

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De acordo com as denúncias documentadas e uma fonte da instituição, uma professora da Escola William D. Kelley, no centro da cidade, incluiu no currículo de ciências sociais uma celebração a Davis, elogiando a “comunista negra” por sua luta contra “a injustiça e a desigualdade”. Como parte da aula, a professora pediu aos alunos que “descrevessem o início da vida de Davis”, refletissem sobre sua visão de mudança social e “definissem um comunista" – presumivelmente em termos favoráveis.

Na conclusão da atividade, a professora conduziu os alunos de dez e onze anos para o auditório da escola para “simular” um comício do Black Power para “libertar Angela Davis” da prisão, onde ela havia estado detida enquanto aguardava o julgamento sob a acusação de conspiração, sequestro e assassinato (fato de 1970). Os alunos marcharam no palco, segurando cartazes que diziam “Black Power” (“Poder Negro”), “Jail Trump” (“Cadeia a Trump”), "Free Angela" (“Liberdade a Angela”) e “Black Power Matters” (“Poder Negro Importa”). Eles cantaram músicas sobre a África e o poder de seus ancestrais e, por fim, gritaram “Liberdade para Angela”, na frente do palco.

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A Escola William D. Kelley é uma das mais problemáticas da região. A população estudantil da escola é 94% negra e 100% “economicamente desfavorecida”. Academicamente, é uma das escolas de pior desempenho da Pensilvânia. No sexto ano, apenas 3% dos alunos são proficientes em matemática e 9% são proficientes em leitura. No fim da educação básica, apenas 13% dos alunos de Kelley terão alcançado a alfabetização básica.

Apesar desse péssimo desempenho acadêmico, professores e administradores da William Kelley abandonaram gradualmente a pedagogia tradicional em favor do radicalismo político. Mesmo as mais recentes obras de arte públicas da escola ilustram essa politização. Os administradores encomendaram recentemente um mural de Davis e Huey P. Newton, que representam os movimentos revolucionários comunistas e dos Panteras Negras dos anos 1960; figuras julgadas por vários crimes, incluindo o assassinato de um policial.

Infelizmente, os programas da William Kelley não são uma aberração. Nos últimos anos, todo o sistema de escolas públicas da Filadélfia adotou a filosofia do “antirracismo”. No verão passado, o superintendente divulgou uma “Declaração Antirracismo” prometendo “destruir sistemas de desigualdade racial” e divulgou um memorando recomendando programas de treinamento racialmente segregados para educadores brancos e negros. O sindicato dos professores locais produziu um vídeo denunciando os Estados Unidos como uma “colônia de colonos construída sobre a supremacia branca e o capitalismo” que criou um “sistema que eleva os brancos sobre todos os outros”. A solução, segundo o sindicato, é derrubar a “estrutura racista do capitalismo”, fornecer “reparações para os negros e indígenas” e “desenraizar a supremacia branca e plantar as sementes para um novo mundo”.

Em termos práticos, não está claro como esses programas “antirracistas” se traduzirão em resultados acadêmicos. A lacuna entre a retórica e a realidade em escolas como William Kelley está quase além da compreensão: a grande maioria das crianças de dez e onze anos que marcham pela utopia do “comunismo negro” mal sabe ler e escrever. Em vez de aceitar o fracasso pedagógico das escolas públicas da Filadélfia, no entanto, os educadores mudaram a culpa para o “racismo sistêmico” e as promessas de “revolução”.

O fato de alunos de escolas, como a William Kelley, saírem da educação básica desprovidos de alfabetização básica é uma tragédia para eles e uma vergonha para os professores e adultos que prometem “plantar as sementes para um novo mundo”. Eles condenaram seus alunos a se juntarem às fileiras de mais da metade de todos os adultos da Filadélfia que são “analfabetos funcionais”.

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Um professor da William Kelley, que pediu anonimato por medo de represálias, expressou profundo pessimismo sobre o futuro da educação pública:

“Eu percebi que nenhuma política prejudica mais os afro-americanos do que o sistema escolar público e o sindicato dos professores”.

O professor está certo. Em termos absolutos, os números são desmoralizantes. O Distrito Escolar da Filadélfia tem 18.000 funcionários e um orçamento anual de US$ 3,4 bilhões – e falha, ano após ano, em ensinar o básico de “leitura, escrita e aritmética”. Acontece que a educação é difícil; a fantasia política é uma diversão útil.

* Christopher F. Rufo é editor colaborador do City Journal e diretor do Discovery Institute’s Center on Wealth & Poverty.

© 2021 City Journal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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