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Os professores da rede estadual de ensino do Paraná ameaçam entrar em greve geral. A questão será definida na próxima semana, em uma assembléia em Curitiba. Nesta quinta-feira, representantes da APP-Sindicato, entidade que representa a categoria no estado, estiveram reunidos com o diretor-geral da Secretaria da Fazenda, Nestor Bueno, na capital. Os professores reivindicam um retroativo de um ano sobre promoção na carreira, além do restante de recursos que não teriam sido aplicados na Educação Básica em anos anteriores.

O ato da APP-Sindicato na Secretaria da Fazenda teve a participação de cerca de 300 pessoas, que representam os 29 núcleos da entidade no estado. Da audiência participaram, além do presidente José Lemos e o coordenador do Dieese no Paraná, Cid Cordeiro.

Segundo o presidente da APP-Sindicato, José Lemos, foi cobrado do governo a liberação de recursos, no valor de R$ 60 milhões, para pagamento de salários atrasados de professores e funcionários. "O valor é refente à promoção e progressão de carreira. Eles subiram de nível um ano depois da data que deveriam", conta. Conforme Lemos, seriam R$ 30 milhões para os docentes e a outra metade aos demais funcionários das escolas.

A categoria também reivindica R$ 785 milhões que não teriam sido aplicados em 2003 e 2004, como parte dos 25% destinados à Educação Básica anualmente. Em 16 de agosto deste ano, a APP-Sindicato solicitou, segundo Lemos, uma investigação sobre o assunto. "Nós protocolamos uma denúncia de que os estado não cumpriu com a Constituição, deixando de investir nestes anos. Queremos que o Ministério trabalhe no sentido de fazer com que o estado devolva o dinheiro não aplicado", relata.

Nestor Bueno, da Secretaria da Fazenda, teria responsabilizado as secretarias da Educação e da Administração sobre os repasses. O diretor-geral não foi localizado pela reportagem para confirmar a informação. A Secretaria de Educação, por meio da assessoria de imprensa, informou que as secretarias responsáveis vêm fazendo estudos sobre o assunto e que ainda não há previsão sobre discussão com a categoria.

A assessoria afirmou ainda que a APP está equivocada quanto ao repasse anunciado para 2006, comentado em entrevista na semana passada à Gazeta do Povo Online. Na reportagem, Lemos afirma que "o governador já mandou proposta para a Assembléia Legislativa com previsão de aplicar R$ 1,850 milhões" no ano que vem. A Secretaria, por sua vez, contesta o valor, afirmando que estão previstos R$ 1,970 milhões, R$ 100 milhões a mais.

Dependendo das respostas obtidas do governo estadual, a categoria pode cruzar os braços a partir de 2006. "Vamos avaliar a evolução das negociações e discutir uma greve geral por tempo indeterminado, o que pode acontecer no começo do ano", afirma Lemos. A assembléia será no dia 19 de novembro, um sábado, no Clube Juventus, a partir das 8h30. Outra questão discutida será a reposição das perdas salariais, de pelo menos 48%.

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