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Polêmica com sexo e drogas

Há outros assuntos que são divergentes entre ciência e religião nas escolas. Entre os que mais preocupam os educadores está a sexualidade. "Existe o costume de achar que a Igreja é contra preservativo e que as escolas incentivam o sexo quando falam em prevenção. Mas a Igreja Católica, por exemplo, nunca foi contra o preservativo, só não concorda com sexo livre", diz o coordenador de Teologia da PUCPR, Cesar Kuzma.

Independentemente da re­­­­ligião, as aul­­as de biologia trabalham com prevenção. No Colégio Sagrado Co­­ração de Jesus, por exemplo, que é uma escola con­­fessional, os alunos têm aulas de orientação sexual e prevenção às drogas, do 6.° ano até o ensino mé­­dio. "Na aula de formação hu­­mana, discutimos estes assuntos em sa­­­­la. Dentro das aulas de ciências explicamos aos alunos como cuidar do seu corpo", diz a professora de ciências e biologia Josiane Maria Klosterman.

O Ensino Religioso é obrigatório no Brasil apenas nas escolas da rede pública de ensino, mas os alunos não são obrigados a assistir às aulas, desde que a família concorde. Na rede privada, a oferta da disciplina é facultativa. Entretanto, nas escolas confessionais – que pertencem a uma instituição religiosa definida – o aluno tem de ver as aulas e participar de atividades religiosas que ocorram no horário normal. "Quando os pais matriculam seus filhos em uma escola assim, eles são avisados das normas e sabem que a criança terá de assistir à missa, por exemplo", explica a professora de ensino religioso e história do Colégio Imaculada Conceição Célia Regina Guernieri .

Mesmo que a escola tenha aula de religião – o que ocorre em quase 50% de todas as instituições de ensino do país, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – o conteúdo é mais voltado a explicações do conceito de religião e diversidade religiosa do que a ensinar fundamentos de uma determinada doutrina, segundo o coordenador de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Cesar Kuzma.

O filósofo Carlos Ramalhete diz que as escolas religiosas hoje têm um ensino igual ao das escolas não confessionais e isso ocorre em grande parte porque o currículo escolar é determinado pelo Ministério da Educação (MEC). Mas, mesmo assim, muitos pais escolhem instituições alinhadas com suas crenças religiosas. É o caso de Clarice Cavallari, que matriculou seus três fi­­lhos, de 5, 7 e 12 anos, em uma escola católica. "Eu queria que eles tivessem a mesma formação que eu e meu marido tivemos", diz.

Clarice conta que por enquanto nenhum de seus filhos questionou algo que aprendeu em ciências ou biologia, mas que se falarem em casa ela vai dizer que acima de tudo Deus é o responsável. "É essa nossa posição, é no que acreditamos. Mas eu confio na escola, acho que ela vai saber lidar bem com estas questões".

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