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“Me sinto envergonhado por ter colegas que se aproveitam de sua influência em sala de aula para aliciar ideologicamente”, criticou vereador. | Reprodução/Facebook.
“Me sinto envergonhado por ter colegas que se aproveitam de sua influência em sala de aula para aliciar ideologicamente”, criticou vereador.| Foto: Reprodução/Facebook.

A presença de alunos da rede municipal em um protesto contra a Prefeitura gerou reações na Câmara de Vereadores de Porto Alegre (RS). Durante a sessão plenária desta segunda-feira, estudantes uniformizados foram levados à Câmara para engrossar os protestos de servidores contra o prefeito Nelson Marchezan Jr. O vereador Wambert Di Lorenzo (PROS) registrou imagens da sessão e as divulgou nas redes sociais. 

“É por isso que sou a favor do Escola Sem Partido! O abuso moral que alguns professores praticam com seus alunos, crianças de 8 a 10 anos, é comprovado nas fotos que registrei”, escreveu Wambert. Para o vereador, nesta faixa etária, a criança não é capaz de compreender o significado de um adesivo com o texto “Fora Marchezan” colado em seus uniformes. 

“Esses meninos e meninas são usados com um viés político por professores que não possuem nenhuma ética. Me envergonha ter colegas que se aproveitam de sua influência em sala de aula para aliciar ideologicamente esses jovens”, afirmou Di Lorenzo à Gazeta do Povo.

O vereador diz ainda que irá abrir sindicância para investigar o fato. “É um caso que extrapola todos os limites do bom senso. Questiono a repercussão que o caso teria se os alunos estivessem com adesivos em apoio ao Bolsonaro - e reforço que ambas as situações seriam absurdas”. 

“Ato puramente partidário”

O vereador Felipe Camozzato (NOVO), que não faz parte da base de apoio do atual prefeito da capital gaúcha, classificou como “imoral” a atitude dos professores. “É um abuso contra a liberdade das crianças que não possuem autonomia ou mesmo capacidade para discernir a situação que estavam vivendo”, disse à Gazeta do Povo.

Camozzato afirmou ainda que a manifestação ocorreu durante uma homenagem da Câmara para uma escola municipal do bairro Restinga, que completava 70 anos. “Coincidentemente estava todo o comando da greve na sessão, para aproveitar um momento de homenagem, mas que claramente teve uma conotação política: foi um ato puramente partidário contra a administração Marchezan”, criticou. “Todos têm o direito de protestar, de fazer greve, mas usar crianças é inadimíssivel”.

Posição oficial

Procurado pela reportagem, o SIMPA (Sindicato do Municipários de Porto Alegre), um dos organizadores da manifestação, informou não poderia se manifestar nesta terça-feira.

Já a Secretaria Municipal de Educação (SMED) alegou não ter conhecimento do caso. “Não sabemos quais escolas estiveram presentes. Após a Mesa da Câmara Municipal informar, a Secretaria poderá avaliar e se manifestar a respeito“, justificou, em nota enviada à Gazeta do Povo.

O argumento do Escola Sem Partido é de que a regra da redação dá margem para seleção de candidatos por critérios puramente ideológicos. #GazetadoPovo Via Ideias

Publicado por Gazeta do Povo em Segunda, 9 de outubro de 2017
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