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Marcelo Morais do Amaral, 34 anos, acompanha a vida escolar da filha Júlia, 9 anos, desde o jardim de infância. "Todos os dias nos reunimos depois da aula", conta. O técnico mecânico voltou a estudar esse ano e agora faz as lições de casa junto com a garota. Além disso, o pai ainda auxilia a filha num projeto para o próximo ano. "Queremos que ela vá para o Colégio Militar e por isso já estamos estudando com base na prova dos anos anteriores", explica.

Para o diretor-geral do Colégio Positivo, Carlos Dorlss, o processo de construção de autonomia da criança deve começar desde cedo, para que nas séries mais adiantadas ela já tenha adquirido o hábito do estudo. Ele acredita que os pais devem conversar sobre o que a criança aprendeu e ajudá-la a gerenciar os conflitos e as angústias que surgiram. "Mas para isso os pais precisam acompanhar os métodos da escola para que não ocorra conflito na educação. A criança passa cinco horas na escola e o restante do dia com os pais; ela não pode receber comandos diferentes", considera.

Desenvolvido por Alessandra Peres e Gildete Göngora, o trabalho Um estudo da percepção dos pais sobre sua missão de educar traz uma pesquisa com 40 pais de cinco escolas públicas e particulares de Londrina. O estudo mostra que a maioria dos pesquisados passa mais de duas horas com seus filhos. O problema, segundo Alessandra, é como os pais têm aproveitado essas horas. A maior parte dos entrevistados respondeu que as principais atividades recreativas desenvolvidas com seus filhos são brincar e assistir à televisão. Atividades como praticar esportes, desenhar, pintar ou brincar com jogos de tabuleiros foram preteridas. Dos entrevistados, 24 pais responderam que às vezes, raramente ou nunca leem para seus filhos. Quan­­do a pergunta é sobre a participação dos pais nas reuniões promovidas pelas escolas, 14 pesquisados disseram que às vezes vão, 7 responderam que quase nunca e outros 7 nunca comparecem. "Queremos continuar a pesquisa porque essa atitude nos preocupa. A educação dos filhos é indelegável", afirma Alessandra. (AA)

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