Energia positiva: candidato é saudado antes de entrar na sala de prova.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

O vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR)continua nesta segunda-feira (7) para 8.622 estudantes, que enfrentam mais um dia de testes, com provas específicas de acordo com o curso escolhido. Biologia, Física, Química, Matemática, Geografia, História, Sociologia e Filosofia serão temas das questões. Haverá dez perguntas e cada uma valerá quatro pontos. Também serão realizadas nesta segunda as provas de Habilidade Específica para os cursos de Design e Arquitetura e Urbanismo. Em todos os casos, os portões serão fechados às 13h30 e os exames terão início às 14 horas.

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Os vestibulandos que tiverem só uma prova específica terão 2h30 para finalizar o exame. Para aqueles com duas provas e para os candidatos de Arquitetura e Design, haverá 5 horas para resolver às questões.

Os candidatos devem levar documento de identidade, comprovante de ensalamento, caneta esferográfica transparente com tinta preta, lápis ou lapiseira e borracha. Para as provas de Habilidade Específica, é preciso ter: lápis ou lapiseiras com grafites de diferentes graus de dureza (preferencialmente da série B), borracha, jogos de canetas ou marcadores coloridos, jogo de lápis de cor, estilete (ou apontador ou lixa) e esfuminho (ou algodão).

Para os cursos de Estatística, Matemática e Matemática Industrial, o processo seletivo terá uma terceira fase, que será constituída de duas disciplinas específicas, a serem cursadas durante o primeiro semestre letivo.

Redação

Para candidatos de 53 cursos o vestibular terminou ontem, com a prova de Produção e Compreensão de Texto. Os candidatos tiveram de elaborar cinco textos, de diferentes gêneros, como resumo e transposição do discurso direto para o indireto.

Meio ambiente, transporte público, ciência, tecnologia e “complexo de vira-latas” do povo brasileiro foram os temas das redações

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Para Brayan Paz, 18 anos, os temas não foram complicados. “Foram questões sociais que exigiram interpretação”, disse ele, que quer ser calouro de Enfermagem na UFPR no próximo ano. Já Murilo de Almeida Alves, que prestou a prova para ingressar em Educação Física, achou as questões complicadas. “Foram questões difíceis, mas estou confiante”, disse.

Redação exigiu menos opinião e mais compreensão

A prova de Compreensão e Produção de Textos do vestibular deste ano da UFPR exigiu menos opinião e argumentação dos alunos e mais capacidade de desenvolvimento de diferentes técnicas de redação, afirma o professor Marlus Geronasso, coordenador do programa Eureka. Os candidatos precisaram elaborar cinco textos curtos de diferentes gêneros: análise de charge, texto opinativo, descrição de infográfico, transposição do discurso direto para o indireto e resumo. Apenas nos dois primeiros o aluno era convidado a se posicionar sobre o tema exposto a partir de argumentos próprios. “Já houve provas que exigiram mais a voz do aluno. Esta estava mais para a terceira pessoa”, avalia o professor.

Na avaliação de Bertila Pizatto Souza, psicóloga e professora de Produção de Texto do Curso Positivo, não houve surpresas em relação aos gêneros solicitados. A professora considera que a prova cobrou temas familiares aos alunos, que não exigiam um repertório amplo baseado na leitura de jornais.

Modelo inovador

A prova de Redação da UFPR é, na verdade, uma prova de Redações. O modelo, adotado há mais de uma década, é bem diferente do Enem, que oferece um tema, com textos de apoio, e convida o candidato a desenvolver três ou quatro parágrafos sobre ele, defendendo um ponto de vista. “A prova da UFPR é mais de reprodução do que de produção, o objetivo é ver a habilidade do aluno em migrar de um gênero para outro e sua habilidade de leitura e compreensão. Essa prova pode fazer com que aluno reflita mais sobre a ideia de outras pessoas, para com o tempo ganhar repertório próprio”, explica Bertila.

Entre os entusiastas do estilo da Federal está o escritor Cristóvão Tezza. “Não são as ‘ideias’, essa nuvem vaga e sem contorno que costuma alimentar a ‘redação escolar’, o que de fato interessa, mas o domínio técnico da escrita. E, para que tal avaliação seja minimamente objetiva, é preciso implodir o velho modelo. Pedir a um estudante que escreva um resumo em 50 palavras de um texto de duas páginas dirá muito mais sobre a sua competência que 30 ‘redações escolares’”, escreveu ele em coluna publicada na Gazeta do Povo.