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Um debate que está sendo con­­duzido pelo Conselho Na­­cional de Educação (CNE) e foi idealizado pela Campanha Na­­cional pelo Direito Educação pode mudar a lógica do financiamento educacional no país. A ideia, que já foi debatida em audiência pública e será levada à Conferência Nacional de Educação (Conae) em abril de 2010, é estabelecer um valor mínimo de investimento por aluno em cada etapa – o chamado Custo-Aluno Qualidade (CAQ). As informaçoes são da Agência Brasil.

"O CAQ inverte a lógica do financiamento. Hoje o valor é insuficiente porque ele é o que é possível ter conforme a lei. Ele [o CAQ] inverte a lógica fa­­zendo o cálculo de quanto o financiamento da educação precisa ter para garantir a qualidade", explica Daniel Cara, presidente da campanha, que é formada por entidades da so­­ciedade civil. Atualmente o fi­­nanciamento educacional é ancorado nos mínimos estabelecidos pela Constituição: 18% do Orçamento da União, 25% dos cofres dos municípios e mais a complementação do Fun­­do de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Segundo dados referentes a 2007, divulgados em abril pelo Ministério da Educação (MEC), um aluno da educação infantil custou R$ 1.647 anuais. Já o CAQ inicial que está sendo discutido pelo CNE é de R$ 5.266 para creche e R$ 2.042 para a pré-escola.

No ensino fundamental, em cada estudante das séries iniciais (1ª a 4ª séries) foram in­­vestidos R$ 2.166. E cada estudante dos anos finais (5ª a 8ª séries) teve investimento de R$ 2.317 ao longo de todo o ano. O CAQ inicial estabelecido para essas etapas é de R$ 1.942 e R$ 1.902 respectivamente. No en­­sino médio, o gasto público com um aluno foi de R$ 1.572 em 2007, enquanto a recomendação do CAQ é de R$ 1.957.

O indicador inclui investimento em infraestrutura, re­­muneração e formação de professores, além de estabelecer números máximos de alunos por turma: 13 para creche, 22 para a pré-escola, de 24 a 30 pa­­ra o ensino fundamental e 30 para o ensino médio.

Daniel Cara destaca que o CAQ inicial não é um valor mé­­dio, mas um ponto de partida para se criar uma nova política de financiamento da educação. O impacto imediato, caso esses valores sejam adotados, seria de R$ 29 bilhões ao ano mais da metade do orçamento do MEC para 2010.

"A recomendação mínima da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é um investimento anual por aluno de US$ 10 mil. Ou seja, o CAQ, comparado com o parâmetro internacional, ainda é tímido. Mas ele é o custo inicial, é o início de um novo processo de organização do orçamento público brasileiro em educação", defende.

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