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Nem a chuva separa a professora Adriana Schlenker da bicicleta: 15 quilômetros por dia | Bruno Covello / Gazeta do Povo
Nem a chuva separa a professora Adriana Schlenker da bicicleta: 15 quilômetros por dia| Foto: Bruno Covello / Gazeta do Povo

Simulador

No site do programa Ciclovida, da UFPR, há um simulador que permite ao usuário calcular quantas calorias perderá, quantos quilos de gases poluentes deixarão de ser jogados na atmosfera e quanto alguém economiza indo trabalhar ou estudar de bicicleta. Basta incluir dados sobre a distância a ser percorrida e a frequência com que gostaria de fazer o trajeto pedalando.

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A bicicleta conquistou seu espaço no debate público e o modal é apresentado constantemente como solução para o trânsito caótico das grandes cidades brasileiras, mas programas de incentivo ao uso compartilhado de bikes ainda esbarram nos vícios de uma cultura que não respeita o que é de todos. Nas universidades, com raras exceções, essas iniciativas se limitam a campanhas educativas ou ações esporádicas. Tentativas mais arrojadas esbarram no vandalismo e no furto de equipamentos.

Em 2007, inspirado em programas semelhantes da Europa, um grupo de estudantes da Universidade de Brasília lançou o programa Bicicleta Livre, que consistia em colocar bikes à disposição dos acadêmicos para locomoção dentro do câmpus. O projeto chegou a oferecer 25 magrelas à comunidade acadêmica, mas, em três anos, encerrou as atividades que prestava voluntariamente.

Os motivos foram os constantes casos de bicicletas quebradas por mau uso e o sumiço de várias outras. "Chegamos à conclusão de que era melhor investir em conscientização antes de oferecer o equipamento", conta um dos responsáveis pelo programa, Douglas Dias Paignez, do curso de Educação Física. Hoje, o projeto ainda existe, mas faz apenas um trabalho de incentivo a esse tipo de transporte.

Em espera

Há dois anos, um projeto parecido surgiu na Universidade de São Paulo (USP) e tem conseguido perspectivas melhores. O Pedalusp começou como um trabalho de conclusão de curso de alunos de Mecatrônica. Com apenas quatro bicicletas, a iniciativa chamou a atenção da prefeitura do câmpus, que incorporou a ideia como ação institucional. O projeto piloto passou a oferecer 16 bicicletas, com dois pontos de retirada – um deles próximo a uma estação de metrô.

De acordo com Claudio Tervydis, assessor de Projetos de Inovação da USP, o projeto durou seis meses e foi suspenso para o lançamento de um edital a fim de encontrar fornecedores de bikes. "O governo do estado pretende investir para que ofereçamos 250 bicicletas", diz. Apesar dos sinais de que o projeto vai prosperar, nas redes sociais, alunos reclamam da retirada das bicicletas e da demora para a retomada das atividades.

Em Curitiba, nenhuma das grandes universidades mantém um programa permanente de uso compartilhado e gratuito de bicicletas, mas promovem ações de incentivo, como o Desafio da Bike, organizado por alunos de Educação Física, Biologia e Design de Moda da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), há o Ciclovida, programa que trabalha com pesquisas e ações de divulgação sobre os benefícios no uso da bicicleta.

Eles não ficam sem a magrela

A dramática experiência de ter o carro roubado levou o coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da FAE Centro Universitário, Randy Rachwal, a optar pela bicicleta como meio de locomoção para chegar ao trabalho. Em pouco tempo, o que era para ser provisório virou hábito e, durante quatro anos, ele percorreu diariamente nove quilômetros pedalando. Hoje, Rachwal admite que o reduziu o uso da bike, mas, ao menos duas vezes por semana, deixa o carro em casa e faz seu trajeto sobre duas rodas.

"Eu considero como maior vantagem a questão do tempo. Comparado ao uso do carro, nos horários de pico, eu levo muito menos tempo para chegar onde quero de bicicleta", diz o professor. Ele acrescenta que a bike leva vantagem sobre o transporte coletivo, pois, além da velocidade, ela libera o ciclista da dependência de horários específicos para pegar ônibus e das desconfortáveis situações de lotação.

O estudante de Psicologia Wellington Minoru Kihara, também da FAE, não abre mão do uso de bicicleta, mesmo tendo de pedalar de roupa social, traje que usa no trabalho. Diariamente, são seis quilômetros vencidos a pedaladas. "A questão econômica influencia bastante, mas eu também fico livre do estresse no trânsito, melhora minha saúde e fico até mais disposto", afirma.

Estrutura

Outra ciclista convicta é a professora de Alemão Adriana Schlenker, que dá aulas no Centro de Línguas e Interculturalidade (Celin) da UFPR e no Centro Europeu. Acostumada a pedalar 15 quilômetros por dia, ela lamenta a falta de estrutura da cidade para acolher a bicicleta como meio de transporte. "As ciclovias que fizeram em Curitiba até agora são apenas recreativas", diz Adriana.

A professora reclama com base na experiência que teve na Alemanha, onde viveu. Lá, o uso intensivo de bicicletas pela população é uma realidade faz tempo. "Você atravessa uma cidade pedalando de leste a oeste sem grandes problemas", conta.

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