Fernando Siqueira participa pelo terceiro ano consecutivo do programa de iniciação científica da Universidade Positivo. Sentimento de realização.| Foto: Marco André Lima / Gazeta do Povo

Como participar

A definição dos procedimentos para participar de um programa de iniciação científica varia conforme a instituição, mas algumas exigências são comuns na maioria delas. Confira:

Procure o setor responsável

Toda instituição tende a ter um departamento que administra os processos seletivos e as bolsas.

Mostre interesse

Os professores precisam saber quem se interessa por pesquisa, já que são eles os principais responsáveis pela obtenção de bolsas. Portanto, é preciso ser pró-ativo e conquistar a confiança dos docentes, que costumam investir em quem leve adiante ao menos um ano de projeto.

Leia o edital

Lá estará o passo a passo exato quanto ao que deve ser feito para concorrer a uma bolsa ou a participar de um projeto voluntariamente. Não há uma data ou época padrão para a divulgação do edital, mas ele costuma ser postado no site das universidades.

Capriche no formulário

Todo candidato deve preencher um formulário no qual justifica a necessidade de bolsa e apresenta de modo breve como estará envolvido com o projeto. Esse formulário geralmente é preenchido após uma conversa com professor que orientará a pesquisa, já que deve constar o plano de trabalho combinado. Antes de partir para a prática, é preciso que o projeto seja aprovado por uma comissão de professores.

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INTERATIVIDADE Experiência

Se você já participou de um programa de iniciação científica, relate a sua experiência e dê dicas a quem está começando neste caminho. Deixe seu comentário abaixo.

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Docência

Outro programa de bolsas que o CNPq disponibiliza às universidades é o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), que tem foco na qualificação de futuros professores da educação básica. Trata-se de um programa dedicado exclusivamente a alunos de licenciatura de instituições que mantenham parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino.

R$ 400 é o valor

das bolsas pagas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) a estudantes envolvidos com os programas Pibiti, Pibic e Pibid. Alunos da educação básica participantes do Pibic Júnior recebem bolsa de R$ 100.

Fomento

O CNPq não é o único órgão a fomentar a iniciação científica na graduação. No Paraná, a Fundação Araucária também disponibiliza financiamento para pesquisadores, inclusive antes de chegarem ao ensino superior. É o que faz também o Pibic Júnior, programa federal que oferece uma primeira experiência de pesquisa a alunos da rede pública matriculados do 6º ao 9º anos do ensino fundamental, no ensino médio ou na educação profissional. Segundo a Fundação Araucária, em 2012 foram distribuídas 1,7 mil bolsas destinadas a esse público. Além disso, as universidades são livres para criarem programas, aumentando o número de projetos financiados.

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Monografias, artigos e trabalhos de conclusão de curso (TCC) geram calafrios em muitos daqueles que não veem a pesquisa como parte do futuro profissional. Na outra ponta, há quem encare esses desafios como rotina, envolvendo-se com estudos acadêmicos durante a graduação por meio de programas de iniciação científica.

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Grande parte dos estudantes que escolhem esse caminho tem o objetivo de seguir carreira acadêmica e tornar-se cientista – sem, necessariamente, assumir o estereótipo do pesquisador de laboratório e jaleco branco. Alunos de qualquer área do conhecimento podem participar de bons projetos e concorrer a bolsas de estudo para investigar e produzir conhecimento.

Fernando de Siqueira, 25 anos, é um desses apaixonados pela pesquisa. Aluno do 3.º ano do curso de Direito na Universidade Positivo (UP), ele participa do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica (PIC) desde o 1.º ano de graduação e, mesmo sem ser bolsista, diz estar realizado. Para ele, os tribunais, a interpretação das leis e a cultura jurídica viram objeto de estudo. "Estou aqui pela vontade de aprimoramento. A faculdade nos dá uma base geral sobre muitos temas, mas a iniciação científica é o melhor caminho para quem quer saber mais", conta.

Siqueira está envolvido com sua terceira pesquisa. Todos os estudos têm sido concluídos conforme um rigoroso cronograma, que estabelece o prazo de 12 meses para que cada aluno entregue sua produção. Ao longo desse tempo, é preciso apresentar relatórios sobre o andamento da pesquisa e manter contato com o professor orientador. Grande parte do trabalho Siqueira faz em casa, já que não há obrigatoriedade de atividade presencial no programa.

Pibic

Esse sistema é adotado por praticamente todas as universidades que aderem ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), mantido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), responsável pela concessão da maioria das bolsas de iniciação científica no país. Entre os objetivos específicos do Pibic estão o despertar da vocação científica, a articulação entre graduação e pós-graduação e a redução no tempo de formação de mestres e doutores, incentivando os participantes a prosseguirem continuamente os ciclos de educação, evitando intervalos longos entre essas etapas.

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Embora o CNPq pague as bolsas, o processo seletivo é administrado pelas universidades, que normalmente não restringem o programa de iniciação científica aos bolsistas. A professora Leide Albergoni, responsável pela área na UP, conta que a maioria dos projetos é desenvolvida voluntariamente pelos alunos.

Outra modalidade

Inovação e tecnologia também têm espaço nos programas

Nem todo entusiasta da pesquisa se empolga com a produção de artigos ou com discussões teóricas. Diante disso, também há espaço para adeptos da inovação e de abordagens mais práticas em programas federais. Para esse público foi criado o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti), cujo foco é fortalecer a capacidade inovadora das empresas no país.

"O Pibiti é mais voltado ao setor produtivo e para a resolução dos problemas no dia a dia", explica a professora Cleybe Vieira, coordenadora da Iniciação Científica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). A distribuição dos auxílios, no entanto, segue o modelo do Pibic, no qual a seleção dos bolsistas é feita pelas instituições de ensino.

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Na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), por exemplo, assim que se estabelece o número de bolsas, um edital interno é lançado para que os professores solicitem a quantidade de alunos de que precisam para os projetos. "Como a demanda costuma ser maior do que o número de bolsas disponíveis, os pesquisadores mais experientes na formação de recursos humanos e na condução de projetos são selecionados como orientadores", explica o professor Gilson Sato, pró-reitor adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação.

Esses pesquisadores selecionam os bolsistas, geralmente, entre os alunos que já demonstraram interesse pelo projeto do professor. Os escolhidos decidem com o orientador um plano de trabalho e o executam.

O plano pode variar bastante, mas, no caso dos programas voltados à inovação, é comum a realização de experimentos e a construção de protótipos. No final do ano, os bolsistas apresentam seus trabalhos no Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica da UTFPR e redigem um relatório de suas atividades.