A publicitária Danielle Kmiec, 23 anos, monitora os perfis de sete empresas nas mídias sociais. “Um único comentário reclamando de alguma empresa pode fazer estrago."| Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo

Remuneração

O salário de um analista de mídias sociais varia de acordo com a empresa e com a formação do profissional, mas, em média, o valor inicial é de R$ 1,5 mil em empresas pequenas e R$ 3 mil em grandes. Depois de alguns anos no mercado, o valor pode chegar a R$ 5 mil.

Fonte : Julius Nunes, coordenador da Especialização em Produção e Avaliação de Conteúdo para Mídias Digitais da Universidade Positivo (UP).

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Há poucos anos, um consumidor que estivesse insatisfeito com algum produto ou serviço entraria em contato por telefone com o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) da empresa para reclamar. Hoje é cada vez mais comum que as queixas sejam feitas em redes sociais – como Facebook, Orkut e Twitter. Para monitorar as reclamações, entrar em contato com o cliente e pensar em novas estratégias de promoção de serviços, um novo profissional ganha espaço no mercado: o analista de mídias sociais.

Observar novas tendências de comportamento e consumo e cuidar da imagem da empresa com a criação de perfis também fazem parte do dia a dia do profissional.

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Com a explosão das mídias sociais, as empresas se deram conta que hoje não é mais possível ficar fora delas. Uma pesquisa feita em 2010 pela Deloitte – empresa inglesa de auditoria e consultoria – mostrou que 70% das empresas brasileiras usam ou monitoram essas plataformas. Algu­­mas optam por delegar a função de analista aos funcionários de marketing, outras contratam um profissional específico. Especialistas garantem que é um mercado em alta e que deve gerar mais vagas nos próximos anos.

"Antes as empresas tinham um profissional que fazia o que chamamos de inteligência de negócio, que era perceber tendências de comportamento. O que mudou é que hoje essas tendências são fortemente percebidas pelas mídias sociais e elas se tornaram ferramenta indispensável de trabalho", conta o professor de Sistemas de Informação da Universidade Tecno­­lógica Federal do Paraná (UTFPR) Gustavo Gimenez.

Habilidades

Ser um bom observador de tendências é importante para o profissional, mas não o suficiente. É preciso dominar ferramentas da internet, ter uma boa rede de relacionamentos, capacidade analítica para interpretar números e dados e ter bom contato com multiplicadores e formadores de opinião.

Com essas habilidades, Danielle Kmiec, 23 anos, se formou em Publi­­cidade e Propaganda e foi convidada para trabalhar em uma empresa que oferece serviço de analista de mídias. Hoje ela atende sete clientes, alimentando seus perfis nas mídias sociais, checando o que as pessoas comentam sobre seus produtos e serviços e até entrando em contato com os consumidores quando percebe alguma reclamação nos sites.

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Entretanto, além das oito horas de trabalho diárias, Danielle está sempre ligada nos clientes, até mesmo em casa. Segundo ela, é inevitável abrir o Facebook, por exemplo, e não dar uma espiada nos seus perfis. "A gente veste a camisa mesmo e fica atenta 24 horas. Até porque um único comentário reclamando de alguma empresa pode fazer estrago", conta.

Formação

A profissão não é regulamentada e não existe uma graduação específica. São os cursos de Marketing, Tecnologia da Informação, Administração, Publi­­ci­­dade e Propaganda, Relações Públicas e outras habilidades de Comunicação So­­cial que mais colocam profissionais no mercado. Contudo, também há algumas especializações em mídias digitais – voltadas ao desenvolvimento de produtos para celulares, tablets, tevê digital e games e que acabam falando das mídias sociais. "São cursos recentes, mas os alunos estão sacando que é um mercado promissor", conta o coordenador da especialização em Produção e Avaliação de Conteúdo para Mídias Digitais da Universidade Positivo (UP), Julius Nunes.

Quanto mais seguidores, melhor o trabalho do analista

Ter muitos seguidores nas redes sociais também pode ajudar o analista de mídias sociais a ter sucesso no trabalho. Quanto mais pessoas ele conhece, maior a abrangência das informações da empresa e mais facilidade ele terá para diagnosticar tendências. "É fundamental que entre os seguidores existam os formadores de opinião, aqueles que agregam centenas de pessoas que levam em conta o que ele diz. Tê-los nas redes sociais das empresas faz a diferença e é por eles que o profissional deve buscar", diz o professor do curso superior de Tecnologia e Marketing Antônio Albano Baptista Moreira. Além de dar aulas sobre o assunto, Moreira coordena as mídias sociais do Grupo Opet e sente na pele a importância do networking. Ele ressalta que também é preciso saber usar as ferramentas que permitem lidar com tanta informação, mostrando o que é mais compartilhado pelos usuários e identificando as preferências deles expostas nos perfis. Entre as ferramentas estão Trendistic, IceRocket e Trendd.

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