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Rafael Vitola Brodbeck, delegado da Polícia Civil gaúcha desde 2008 | Arquivo Pessoal
Rafael Vitola Brodbeck, delegado da Polícia Civil gaúcha desde 2008| Foto: Arquivo Pessoal

Remuneração

O salário inicial para um delegado da Polícia Federal é de R$ 13.368,68. Na Polícia Civil a variação é grande de estado para estado. No Paraná, o edital do último concurso, realizado em 2007, oferecia R$ 8.864,18.

Verdadeiro ou Falso?

- É preciso ser aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para assumir como delegado?

Falso. Basta ser bacharel em Direito, passar no concurso e obter boas notas na academia de polícia.

- O delegado enfrenta situações perigosas, como tiroteios.

Verdadeiro. Embora haja muitas funções administrativas e jurídicas na rotina de um delegado, o profissional também participa de investigações, apreensões e prisões que podem resultar em confronto direto com criminosos.

A área policial é uma daquelas em que é difícil encontrar indecisos ou pessoas que apenas experimentam um trabalho. Todos os perigos e ideais que fazem parte da rotina desses homens e mulheres da lei geram em alguns uma grande rejeição e em outros um fascínio que só o distintivo satisfaz. Para os mais apaixonados, o foco costuma ser a carreira de delegado, uma meta ousada que exige um longo tempo de preparo físico e intelectual.

No Brasil, o cargo é exclusivo a bacharéis de Direito aprovados em concurso público. Um delegado pode atuar tanto na Polícia Civil (PC) como na Polícia Federal (PF) com atribuições semelhantes, embora os crimes dos quais tratam sejam diferentes. Enquanto a Polícia Federal investiga delitos que afetem a União, como o tráfico internacional de drogas ou casos de corrupção contra a administração pública, a Polícia Civil age localmente em ocorrências como furto de veículos e homicídios.

A rotina envolve atividades administrativas, jurídicas e aquelas propriamente policiais. Um delegado deve, por exemplo, definir a caracterização penal de um crime, decidir se instaura ou não um inquérito policial, indiciar suspeitos, cumprir mandados de prisão, promover interrogatórios, gerenciar uma equipe de investigadores e administrar os recursos de uma delegacia.

O professor de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR)Carlos Alberto Bacila é delegado da Polícia Federal e afirma a vocação é fundamental. "É uma atividade fascinante, mas é importante gostar do que se faz para trabalhar com dignidade e atender bem a população", diz.

Concurso

Os concursos públicos geralmente têm provas teóricas e físicas. Segundo Fábio André Guaragni, professor de mestrado no Centro Universitário Curitiba (UniCuritiba) e também em preparatórios para concursos, o estudante deve dar atenção especial a algumas disciplinas. "Direito penal e processual penal são a base, mas também é preciso conhecer direito constitucional e direitos humanos", explica.

A prova física costuma ser difícil. No último exame para delegado da Polícia Federal, por exemplo, para alcançar a pontuação máxima o candidato deveria correr 2,6 quilômetros em 12 minutos e nadar 25 metros em 50 segundos. Técnicas de investigação, aulas de tiro e outras matérias policiais são estudadas na academia de polícia, após aprovação. A academia ainda é eliminatória e pode durar de três a quatro meses, dependendo do estado.

Mudanças

Quem acaba de ingressar na polícia deve estar ciente de que a mudança de local de trabalho pode ser algo frequente e os delegados recém-chegados normalmente não assumem postos nos grandes centros. Foi o caso de Rafael Vitola Brodbeck, delegado da Polícia Civil gaúcha desde 2008. Natural de Pelotas, Brodbeck já chefiou a delegacia de Itaqui, município que faz divisa com a Argentina, e hoje atua em Santa Vitória do Palmar, cidade de 30 mil habitantes que faz fronteira com o leste uruguaio.

Nessas situações, como única autoridade policial dentro de uma extensa área, o expediente do delegado acaba se estendendo para casa. "Além das oito horas diárias, cumpro o chamado so­­bre­­­­aviso, ficando de plantão 24 horas por dia", conta. Um acordo de revezamento com a delegada da cidade vizinha de Chuí é o que concede a Brodbeck o intervalo de uma semana entre um sobreaviso e outro.

O desafio de se mudar para um lugar desconhecido, entretanto, não assusta o estudante do 6º período de Direito da UniCuritba Gabriel Dourado de Loiola, 23 anos. "Quando se escolhe uma carreira é preciso lidar com as adversidades. Quero é me colocar à disposição da população."

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