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Nordestinos que fazem parte do programa estão entrando para a lista dos acima do peso | Ademir Almeida / Folhapress
Nordestinos que fazem parte do programa estão entrando para a lista dos acima do peso| Foto: Ademir Almeida / Folhapress

Um trabalho desenvolvido por uma estudante da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) analisou os níveis de subnutrição, sobrepeso e obesidade de pessoas que recebem auxílio do programa federal Bolsa Família e concluiu que os nordestinos, que antes tinham os níveis mais altos de desnutrição do país, estão entrando agora na lista dos brasileiros acima do peso. Os resultados alcançados por Vanessa Daufenback, aluna do 2.º ano de Nutrição, foram apresentados no congresso internacional World Nutrition Rio 2012, em maio deste ano.

"Este dado [de nordestinos acima do peso] foi a grande surpresa. Pelo que já sabíamos, isso acontecia no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde o nível de desnutrição não é tão grande quanto no Nordeste", explica Vanessa. Segundo ela, embora haja muita divergência sobre o tema, por avaliar um programa relativamente recente, outras pesquisas apresentadas no congresso apontaram para a mesma direção.

"Agora que nossa ideia se confirmou, quero aprofundar o tema e regionalizar. A próxima pesquisa será em Curitiba, com famílias que recebem o auxílio." A diferença – o que tornará o trabalho inédito – é que, além dos níveis nutricionais, o comportamento alimentar e o índice de satisfação com o Bolsa Família também serão investigados.

Como as diferenças regionais no Brasil são imensas, achar uma variável científica comum foi a parte mais complicada para a estudante, além da dificuldade de fazer pesquisa de campo para coletar os dados. "Muitos dos beneficiários nem reconhecem o programa pelo nome. Às vezes, eles usam e nem sabem disso", conta Vanessa.

Maria Teresa de Oliveira Ribas, professora de Estágio de Nutrição em Saúde Coletiva, disciplina na qual será estudada a nova etapa da pesquisa, diz que o cuidado ético deve ser sempre respeitado em um trabalho desse tipo. "Estamos trabalhando com pessoas, então é preciso respeitá-las e preservar os dados que elas nos passam."

Sem orientação

Formada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), Vanessa começou a pesquisar o Bolsa Família logo após concluir a primeira graduação. Durante um ano e meio, ela reuniu artigos e dados publicados sobre o programa. Em mais seis meses, levantou informações referentes à nutrição.

Como era uma pesquisa antiga, que começou em 2005, a estudante não precisou do auxílio de um professor orientador para desenvolvê-la. A próxima etapa – que aguarda aprovação para fazer parte do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) – terá a orientação de Maria Teresa.

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