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O mestrando Edno Gentilho Júnior (à direita) faz parte do grupo de 22 pessoas que estiveram envolvidas com o projeto. O protótipo foi testado recentemente por paratletas. | Gilberto Abelha / Gazeta do Povo
O mestrando Edno Gentilho Júnior (à direita) faz parte do grupo de 22 pessoas que estiveram envolvidas com o projeto. O protótipo foi testado recentemente por paratletas.| Foto: Gilberto Abelha / Gazeta do Povo

Projeto se destaca pelo baixo custo e teve boa repercussão

A recepção da comunidade após a divulgação da cadeira de rodas movida pela pressão do ar foi bastante positiva, avalia o coordenador do Laboratório de Controle Avançado, Robótica e Engenharia Biomédica do Departamento de Engenharia Elétrica da UEL, Ruberlei Gaina. "A repercussão toda foi melhor do que o esperado, já que chamou a atenção de pessoas que não estão diretamente ligadas a paraplégicos", comenta.

A diretora do Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU) da UEL, Sílvia Galvão Cervantes, pontua que o equipamento poderá proporcionar um ganho de qualidade de vida para portadores de tetraplegia e uma autonomia que eles antes não tinham. "Eles poderão se locomover com mais liberdade dentro de casa", diz.

O baixo custo do protótipo é um diferencial do projeto. Enquanto produtos importados custam até R$ 70 mil, uma cadeira com a tecnologia pesquisada pela UEL custa cerca de R$ 6 mil. "O custo dos componentes para montar a interface para o sopro e a sucção custou entre R$ 500 e R$ 600. O restante é o custo da própria cadeira", assinala Sílvia.

A cadeira de rodas adaptada pela UEL usa duas baterias automotivas. A estimativa é de que a durabilidade até a nova recarga seja de 15 horas. (AL)

Quatorze anos de pesquisas acadêmicas estão perto de colocar no mercado brasileiro uma tecnologia capaz de movimentar cadeira de rodas elétrica a partir do sopro ou de sucção. O protótipo do equipamento, desenvolvido pelo Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina (UEL), é voltado a paraplégicos e tetraplégicos. Desde 2000, sete professores e 15 estudantes de mestrado e iniciação científica se debruçaram em testes para criar uma interface capaz de controlar a cadeira sem qualquer outro tipo de esforço físico. Por meio de canudos acoplados, é possível se movimentar para frente, para trás e para os lados.

A ideia partiu de Walter Germanovix, depois de assistir à refilmagem de Janela Indiscreta. O longa-metragem teve como protagonista o ator Christopher Reeve, famoso pelo papel de Super-Homem e que nos anos 1990 sofreu um acidente e lesionou a medula espinhal. Germanovix e o professor Ruberlei Gaino, também pesquisador da UEL, passaram a estudar as possibilidades de criar uma cadeira de rodas que melhorasse a autonomia de tetraplégicos. Desenvolveram testes com protótipos feitos a partir de sucatas e uma cadeira com joystick até obterem recursos, em 2005, para equipar o laboratório.

Foram investidos cerca de R$ 60 mil na iniciativa, por meio de um financiamento da Fundação Araucária. O produto finalizado foi testado recentemente por paratletas da equipe de basquete de cadeira de rodas da universidade. "Vimos que há facilidade de aprendizado do controle da cadeira. Nosso próximo passo é fazer ajustes, divulgar o trabalho cientificamente e registrar a patente. Com isso, poderemos fazer a transferência da tecnologia para empresas interessadas", diz a diretora do Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU) da UEL, Sílvia Galvão Cervantes.

A professora comenta que a participação dos estudantes que passaram pelo projeto no Laboratório de Controle Avançado, Robótica e Engenharia Biomédica foi muito importante para que o protótipo fosse concluído. O grupo colaborou em testes com sensores, programações e baterias, entre outras ações. Há um ano e meio no projeto, o mestrando de Engenharia Elétrica Edno Gentilho Júnior foi quem aprimorou a tecnologia utilizada no protótipo até os últimos testes. "Fiquei muito satisfeito em ver o projeto concretizado, sendo colocado em prática", define.

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