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“Os candidatos vêm de todos os lugares do Brasil e, quando passam, veem que não é viável vir para cá”, Tainá Reis Serafim, aluna do curso de Comunicação Institucional da UTFPR | Antonio Costa/Gazeta do Povo
“Os candidatos vêm de todos os lugares do Brasil e, quando passam, veem que não é viável vir para cá”, Tainá Reis Serafim, aluna do curso de Comunicação Institucional da UTFPR| Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo

As matrículas da segunda chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) começam hoje, e a Uni­versidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que por enquanto só está com 26% de suas vagas preenchidas, espera poder começar as aulas com as salas cheias. "Não posso garantir 100%, mas a gente vai fazer o possível para que, após seis chamadas, as turmas estejam completas", promete o presidente da Comissão de Processos Seletivos da instituição, professor Jair Almeida. Na primeira edição do Sisu, feita no começo do ano, 1 em cada 10 calouros só entrou na instituição quando as aulas já haviam começado, e os "atrasados" relatam experiências diversas que servem de alerta para quem for chamado mais tarde.

Aprovada na quinta chamada para o curso de Engenharia Me­­cânica, Franciele Roxadelli, 19 anos, reclama que se sentiu muito prejudicada pelo atraso. "Minhas notas foram muito baixas no primeiro semestre. Os cursos de Engenharia têm uma carga muito pesada, por isso foi bem difícil repor as matérias: não tinha como estudar o que já havia sido dado e o que estava sendo ministrado", con­­­ta. Ela lembra que os professo­­­­­­­res indicavam livros e esclareciam dú­­­­vidas, mas não tinham como re­­­pa­­­­ssar o conteúdo transmitido an­­­teriormente. "A partir daí, di­zi­­am: ‘com o resto você se vira’", afirma.

Segundo a estudante, os alunos que ingressaram no início do ano letivo também foram prejudicados, pois os professores "pegaram mais leve" no primeiro mês e depois aceleraram o andamento do curso. Para a estudante, a situação mais crítica é em disciplinas como Cálculo, Matemática e Física, que exigem maior empenho do aluno. "Nessas disciplinas vou ter de fazer a prova final", afirma. Caso o problema se repita nesta segunda edição do Sisu, Franciele deixa um alerta aos calouros. "Se as últimas chamadas forem feitas até a terceira semana de aula, dá para recuperar. Mas, se o atraso for de um mês, mesmo que o aluno se dedique ao máximo, vai ser difícil", avisa.

Aprovado na sétima chamada também para o curso de Engenharia Mecânica, Alisson Callier, 22 anos, afirma ter tirado de letra o desafio. "Acho que os professores deram condições de recuperação. Não é fácil, tem de correr atrás, mas também não é impossível", analisa. Segundo ele, o conteúdo das aulas perdidas estava disponível no site da instituição.

Mesmo tendo perdido quatro semanas de aula, a estudante do primeiro período de Comunicação Institucional Tainá Reis Serafim, 17 anos, afirma não ter tido tantas dificuldades para recuperar o tempo perdido. "Mesmo tendo sido uma das últimas a entrar, tirei uma das melhores notas na sala", comemora.

De acordo com Tainá, houve compreensão mútua por parte dos professores e alunos. "Eles abonaram as faltas, e a gente não faltou mais. Se eu fiquei sem nota em alguns trabalhos, eles deram mais notas pelos que eu fiz", descreve. A estudante vê necessidade de ajustes no Sisu. "Os candidatos vêm de todos os lugares do Brasil e, quando passam, veem que não é viável vir para cá", avalia. Para Tainá, antes de unificar o processo seletivo das universidades, o ensino deveria ser nivelado em todo o país.

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