O ministro da Educação, Fernando Haddad, foi ao Senado nesta terça-feira (15) para participar da Comissão de Educação, Cultura e Esporte e aproveitou as perguntas dos senadores sobre o Programa Universidade para Todos (Prouni) para questionar o relatório preliminar elaborado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que apontou falhas no preenchimento de bolsas do programa.

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No último domingo (13), reportagem publicada pelo jornal "O Globo" divulgou relatório do TCU sobre a distribuição de vagas do Prouni em instituições privadas. Segundo levantamento dos técnicos, entre 2005 e 2009, 29% das vagas do programa, — o equivalente a 260 mil — não foram preenchidas. Mesmo assim, as instituições de ensino superior privadas receberam isenção fiscal do governo para oferecer as bolsas.

Questionado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) sobre a recomendação do TCU para o Ministério da Educação devolver R$ 104 milhões gastos em dois anos com o Prouni sem preenchimento de todas as vagas, o ministro contestou o TCU e disse que "há uma confusão" nesse assunto.

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Haddad disse que 80% das vagas do Prouni não são reguladas pelo programa e sim pela Constituição e pela lei da filantropia. São as instituições sem fins lucrativos – que já são isentas de impostos mesmo sem o programa – e as filantrópicas – que podem perder o benefício se não oferecerem as bolsas do Prouni.

O ministro da Educação contestou o entendimento do TCU de que não haveria estímulo, por parte de sua pasta, para o preenchimento das vagas. Haddad disse que as bolsas não oferecidas em um ano nas entidades privadas e com fim lucrativo, "são oferecidas no ano seguinte". E que, por isso, "há uma dupla contagem do TCU em relação às chamadas "bolsas ociosas".

Haddad ainda disse que o MEC criou em 2011 uma lista de espera para poder preencher as vagas que sobraram e que vai explicar tudo ao TCU.

As declarações de Haddad são um resumo da explicação que já foi divulgada, por meio de nota, pelo Ministério da Educação. No texto, o ministério disse que "vai levar ao conhecimento dos auditores do Tribunal de Contas da União informações sobre o ProUni que, aparentemente, não foram levadas em conta no relatório preliminar".

"Em geral, os relatórios do Tribunal de Contas da União apresentados até o momento apresentam um vício de origem, ao contar a bolsa não preenchida em um ano e preenchida no ano seguinte como ofertas distintas. Isso caracteriza claramente uma dupla contagem. Levando-se em conta o número de estudantes da rede privada, de cerca de 4,5 milhões, o número de bolsas ativas do Prouni, 489.127, e o fato de que as instituições filantrópicas e entidades sem fins lucrativos não filantrópicas respondem por 80% das bolsas, a média de bolsas preenchidas se encontra rigorosamente dentro dos padrões da lei", argumenta o ministério.

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