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A carreira

As feiras de cursos e profissões organizadas por escolas e universidades são uma boa oportunidade para conhecer a rotina de cada profissão.

Além disso, é importante visitar ambientes de trabalho e conversar tanto com quem acabou de entrar no mercado quanto com profissionais mais experientes.

O objetivo é conhecer o lado agradável e o lado espinhoso da profissão. "Proponho ao aluno fazer entrevistas com profissionais. Ele deve levar uma lista de perguntas. O estudante pode questionar quais foram as piores dificuldades que o profissional encontrou e como enfrentou a situação", exemplifica Flávio Pereira, psicólogo e conselheiro vocacional.

Outra opção (que não exclui a anterior) é pesquisar em guias, revistas, jornais e suplementos, como o Vestibular da Gazeta do Povo. Toda semana, na seção "Carreira", você encontra informações sobre uma profissão.

Autoconhecimento

Quem está muito indeciso pode procurar pelos serviços de orientação profissional oferecidos por universidades, escolas e consultórios de psicologia. Não se deve confundir orientação profissional com teste vocacional, modelo muito comum há alguns anos e que ainda é encontrado aos montes na internet.

O teste consiste num questionário rápido e simples, que aponta algumas áreas de afinidade do estudante. A orientação inclui também entrevistas com psicólogos, pesquisas sobre as diferentes ocupações e, algumas vezes, dinâmicas de grupo.

"É um processo mais demorado, que depende muito de cada pessoa. Há jovens que em três ou quatro encontros semanais já definiram uma carreira. Mas, em média, são necessários oito encontros", afirma a psicóloga Luciana Albanese Valore.

A orientação profissional não aponta os cursos ideais para cada um; essa é uma decisão que só você pode tomar. "Não é dada uma resposta pronta. Costumo dizer que a pessoa entra com uma minhoca ou duas na cabeça e sai com várias. Mas os encontros criam um antídoto contra fantasias, da pessoa que participa da orientação e dos outros que convivem com ela", explica Flávio Pereira, psicólogo e conselheiro vocacional.

O curso

Um dos caminhos é visitar feiras. Nesses locais você pode conversar com estudantes e professores, que apresentarão o curso e as possibilidades de atuação profissional.

Não se esqueça, porém, de que essas pessoas estarão lá para convencê-lo. "Na faculdade, o pessoal está preparado para vender o curso. Isso pode gerar mais fantasia na cabeça do jovem", afirma Flávio Pereira, psicólogo e conselheiro vocacional.

Luciana Valore concorda e diz que é importante procurar também outras fontes de informação. "Nas feiras, alunos e professores apaixonados pelo curso é que falam sobre a profissão. De preferência, o jovem deve conversar com vários profissionais, com pessoas do meio acadêmico e com quem está no mercado", diz.

Outra dica é conhecer as matérias básicas de cada curso e analisar os currículos de várias instituições de ensino, pois a mesma graduação pode ter ênfase diferente de acordo com a universidade. Você também deve visitar os laboratórios e as outras instalações do curso, para verificar como se sente nesses locais.

Uma escolha profissional consciente leva em conta pelo menos três elementos: quem é você, o que se estuda durante o curso e como é o dia a dia da profissão. "O primeiro ponto importante para uma decisão responsável é o autoconhecimento. O estudante deve se voltar para ele mesmo, precisa conhecer suas habilidades, seus interesses e seus valores", afirma Selena Garcia Greca, psicóloga especialista em orientação profissional e desenvolvimento de carreira. Não adianta cursar Arquitetura ou Design, por exemplo, se você não possui um traço legal na hora de desenhar, ou estudar Filosofia se não está disposto a ficar horas e horas lendo.

O próximo passo é buscar informações sobre o curso em que você planeja passar quatro ou cinco anos. Uma dica importante é verificar a qual grande área do conhecimento a graduação pertence: Ciências Humanas, Ciências Biológicas ou Ciências Exatas. "Muitos escolhem Engenharia Ambiental imaginando que é um curso da área Biológica, porque trata do meio ambiente. E só descobrem que a graduação está ligada à área de Exatas quando estão dentro do curso", alerta.

Fique ligado, porque a palavra "engenharia" já carrega uma série de informações. Para se dar bem em um curso com esse nome, independentemente do termo que o acompanhe (florestal, de alimentos, civil, elétrica, mecânica ou qualquer outro), é preciso ser uma pessoa racional, que goste de lógica e tenha facilidade em cálculo.

Segundo Luciana Albanese Valore, professora de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o estudante também deve conhecer as diferentes opções de continuidade dos estudos após o ensino médio.

Além das graduações tradicionais, lembra, existem os cursos superiores de tecnologia, também conhecidos como tecnólogos, que apresentam duração menor, são mais práticos e normalmente estão voltados para áreas específicas de carreiras mais abrangentes.

A UFPR ofereceu no último vestibular 12 cursos deste tipo, entre eles Tecnologia em Comunicação Institucional e Tecnologia em Construção de Instrumentos Musicais.

Para uma escolha mais segura, os estudantes devem ainda procurar informações a respeito de cursos de diferentes áreas, não apenas sobre aqueles de que imaginam gostar. "Quando você examina cursos de várias áreas, está abrindo o leque para se conhecer. O que é muito direcionado é muito perigoso. Muitas vezes os nossos sonhos de criança são construí­dos por identificações que tivemos ao longo da vida e que não condizem com as nossas habilidades", diz Selena.

Na opinião de Luciana, vale a pena sondar vários cursos, mas a amplitude da pesquisa depende da etapa em que o estudante se encontra no processo de escolha. "Quando a pessoa não tem nem noção da área que vai seguir, ela tem de fazer uma pesquisa mais ampla", avalia.

Segundo levantamento realizado no ano passado pela Divisão de Tecnologia Educacional da Positivo Informática, 23% dos 1.457 alunos consultados conheciam apenas o curso que haviam escolhido. A pesquisa ouviu estudantes da 7.ª série do ensino fundamental ao 3.º ano do ensino mé­­dio.

"A escolha da profissão é um processo que deve ser feito ao longo do ensino médio. O jovem deve ter uma postura ativa, buscar informações, conhecer e visitar o profissional no seu ambiente de trabalho", afirma Selena, que coordenou o estudo.

Programe-se

No dia 21 de maio, das 8 às 16h30, será realizado em Curitiba o 8º Seminário de Profissões das Escolas Marista Santa Maria e Paranaense.

O evento será aberto à comunidade e acontecerá no Santa Maria (Rua Professor Joaquim de Matos Barreto, nº 98, São Lourenço).

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