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Lula Bolsonaro voto nordestinos
Em campanha em Recife nesta sexta (14), Lula resgatou fala em que Bolsonaro critica voto de “nordestinos analfabetos”.| Foto: reprodução/TV PT

Um dia depois do presidente Jair Bolsonaro (PL) fazer um comício em Recife como parte da estratégia de conquistar o voto nordestino na corrida pelo segundo turno da eleição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou na mesma cidade e não poupou críticas ao candidato à reeleição.

Em uma conversa com apoiadores e a imprensa na manhã desta sexta-feira (14), Lula resgatou a fala em que Bolsonaro diz que nordestino não votou nele por ser analfabeto e rebateu dizendo que “ele vai ver como tratar o Nordeste com respeito”.

A fala antecedeu o que seria uma espécie de “prestação de contas” das ações do governo do petista na região, que ele teria registrado em cartório quando deixou a presidência no final de 2010. Segundo o ex-presidente, em seus mandatos, o governo federal investiu R$ 731 bilhões em obras de infraestrutura e aparelhamento da saúde e mais R$ 114,3 bilhões em ações de habitação do programa Minha Casa Minha Vida – alterado para “Casa Verde e Amarela” na gestão Bolsonaro.

“Eu fiz agora uma viagem ao Pará, Amazonas, Maranhão e Minas Gerais e ninguém sabe me dizer uma obra que o governo Bolsonaro fez. Que obra Bolsonaro fez em Pernambuco em quatro anos de mandado”, questionou Lula a Marília Arraes (Solidariedade), candidata ao governo do estado, e João Campos (PSB), prefeito de Recife.

Lula ainda fez outras críticas ao governo Bolsonaro sobre a gestão da pandemia da Covid-19, o atraso na compra de vacinas e as afirmações de que o presidente foi o responsável pela transposição do Rio São Francisco – “obras que faltavam 5% pra terminar e ele diz que são dele”, disse.

Geração de empregos e reforma da CLT

Ainda durante a conversa com apoiadores e a imprensa em Recife, Lula afirmou que pretende induzir a geração de empregos no país através da retomada de obras públicas paradas – principalmente as que faziam parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em 2007 durante sua gestão.

Também disse que pretende discutir uma reforma da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e das mudanças feitas nas gestões de Michel Temer (MDB) e Bolsonaro, para "dar mais direitos" aos trabalhadores autônomos. E, ainda, a criação de linhas especiais de crédito no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o empreendedorismo.

Ao final, Lula criticou as ações tomadas por Bolsonaro nos últimos seis meses, como a concessão de benefícios sociais perto da eleição presidencial. “Nunca antes na historia do Brasil um presidente usou tanto a máquina numa eleição. Desde a proclamação da República, quando o Marechal Deodoro da Fonseca assumiu a Presidência, até os dias de hoje, se somados todos os presidentes, todos juntos não gastaram metade do que o Bolsonaro está gastando hoje”, acusou, sem apresentar números que respaldassem a afirmação.

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