Ex-presidente Lula vetou atos de esquerda para o 7 de setembro| Foto: Ricardo Stuckert/PT
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Líderes de partidos que apoiam a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniram para discutir o posicionamento da campanha em relação aos atos convocados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para 7 de setembro. Na avaliação de petistas e seus aliados, o feriado de Independência será o dia "D" da campanha de Bolsonaro. Por isso a militância de esquerda não deverá convocar manifestações contra o governo para a mesma data.

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Segundo lideranças que estiveram presentes na reunião, realizada na semana passada, Lula sinalizou que a militância do PT e dos demais partidos aliados devem evitar confrontos e embates com os apoiadores do presidente. Além do PT, a coligação de Lula tem o apoio de partidos como PSB, Psol, Rede, PCdoB, PV, Solidariedade, Avante e Agir.

"Não vamos fazer manifestação nem nenhuma convocação para 7 de setembro. É uma data cívica, 200 anos da Independência. E nós vamos participar como sempre, acompanhando as atividades", diz a deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT.

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Além dos possíveis confrontos entre os militantes, a campanha de Lula quer evitar possíveis comparações, como no ano passado, quando as manifestações em defesa do governo superaram, em número, os atos organizados pelos movimentos de esquerda. À época, o governo de São Paulo estimou que o ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista reuniu 125 mil pessoas, enquanto manifestação da oposição teria contado com apenas 15 mil participantes.

Apesar disso, é esperado que o tradicional Grito dos Excluídos, conjunto de manifestações criado em 1995 por alas da Igreja Católica, ocorra em diversas regiões do país. Contudo, a expectativa é de que não haja adesão por parte dos partidos aliados de Lula.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Campanha de Lula vai acompanhar discurso de Bolsonaro em 7 de setembro

Dentro da campanha de Lula ,a avaliação é de que o presidente Bolsonaro vai para o "tudo ou nada" no 7 de setembro. Até o momento, a expectativa é de que o atual presidente participe do tradicional ato cívico em Brasília e, em seguida, participe das manifestações com apoiadores no Rio de Janeiro.

"Temos algo tão ou mais importante que a própria vida, que é a nossa liberdade. E a grande demonstração disso eu peço a vocês que seja explicitada no próximo dia 7 de setembro. Estarei às 10h da manhã em Brasília, num grande desfile militar, e às 16h em Copacabana, no Rio de Janeiro", afirmou Bolsonaro recentemente.

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Integrantes do PT avaliam que o presidente Bolsonaro pode acabar repetindo o mesmo discurso das manifestações do ano passado. Na ocasião, o presidente ameaçou desobedecer a ordens do Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, os aliados de Lula acreditam que o discurso de "rompimento com as instituições" pode acabar beneficiando a candidatura do petista faltando menos de um mês para o primeiro turno.

"Achamos, inclusive, que Bolsonaro está sendo pouco inteligente. Ele lucraria muito mais se fizesse um ato cívico, de união nacional, em vez de um ato eleitoral de divisão dos brasileiros", afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos coordenadores da campanha de Lula.

Como a Gazeta do Povo mostrou, a campanha de Lula tem traçado estratégias para atrair eleitores de centro diante das críticas de Bolsonaro ao sistema eletrônico de votação e às cartas da USP e da Fiesp. Para Randolfe, caso o presidente venha a fazer um pronunciamento contra as urnas em 7 de setembro, a campanha de Lula pode atrair votos de candidatos como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).

Esquerda prepara atos para depois do feriado de Independência

Além de vetar a participação da militância de esquerda em atos no feriado de Independência, a campanha de Lula avalia a participação em manifestações convocadas para o dia 10 de setembro em São Paulo. Ainda não há confirmação, no entanto, se o ex-presidente marcará presença.

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Intitulada de "Fora Bolsonaro", a campanha é composta por movimentos sociais como Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), União Nacional dos Estudantes (UNE) e Central de Movimentos Populares (CMP). Durante a reunião da semana passada, Lula defendeu que o ato reúna apoiadores, incluindo artistas e intelectuais.

Recentemente os organizadores definiram que as manifestações terão como mote o "dia nacional de mobilização unitário em defesa da democracia, por eleições livres e contra a violência". O movimento seria uma forma de ampliar o apoio ao ex-presidente diante da posição de Bolsonaro em relação ao sistema eleitoral a ser manifestada no feriado de 7 de setembro.

Base de Bolsonaro se organiza pelas redes sociais para o 7 de setembro

O presidente Bolsonaro chamou seus apoiadores para irem às ruas no feriado de 7 de setembro durante a convenção do PL que oficializou sua candidatura no final de julho. "Convoco todos vocês agora para que todo mundo, no 7 de setembro, vá às ruas pela última vez. Vamos às ruas pela última vez", disse Bolsonaro na ocasião.

Desde então, aliados do presidente têm se mobilizado para repetir a mobilização do ano passado. Como a Gazeta do Povo mostrou, o comitê de campanha de Bolsonaro também iniciou contatos com movimentos de rua conservadores para alinhar as estratégias de mobilização da população e a participação do chefe do Executivo.