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O deputado Major Vitor Hugo (PL) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Integrante da base de Bolsonaro na Câmara, o deputado Major Vitor Hugo (PL) não terá mandato a partir de 2023| Foto: Marcos Correa/Palácio do Planalto

O presidente Jair Bolsonaro (PL) vai perder integrantes da sua "base raiz" no Congresso Nacional a partir de 2023 caso seja reeleito – apesar de seu atual partido ter eleito a maior bancada da Câmara, com 99 parlamentares. Dos 52 deputados que se elegeram pelo antigo PSL (a legenda de Bolsonaro em 2018), apenas 20 conseguiram renovar seus mandatos para a próxima legislatura. Mas outros nomes identificados com as pautas ideológicas do presidente se elegeram e vão "recompor" essas baixas.

Parte dos deputados do antigo PSL que não se reelegeram em 2022 havia rompido com o presidente, mas outros se mantiveram como os aliados fiéis. Dentre os aliados de primeira hora de Bolsonaro que não conseguiram renovar seus mandatos estão Alê Silva (Republicanos-MG), Bibo Nunes (PL-RS), General Peternelli (União Brasil-SP), Coronel Armando (PL-SC), Nelson Barbudo (PL-MT), Coronel Tadeu (PL-SP), Policial Katia Sastre (PL-SP) e Major Fabiana (PL-RJ).

Um dos aliados mais célebres do governo no Congresso, Bibo Nunes havia sido o 21.º mais votado em 2018, quando conquistou. 91.664 votos pelo Rio Grande do Sul. Agora, teve 76.521 votos e será suplente da bancada gaúcha.

Após o resultado, o deputado gaúcho avaliou que cometeu "erros primários" na campanha. "A expectativa do Rio Grande do Sul era de que eu estivesse eleito. Eu cometi erros primários e acreditei no 'já ganhou'. Como eu estava muito bem cotado, eu relaxei. O grande culpado disso foi eu", admite Bibo Nunes. Apesar disso, ele sinaliza que pretende manter a defesa do governo Bolsonaro mesmo sem mandato. Além da reeleição do presidente, Nunes diz está empenhado na eleição do ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) para o governo do Rio Grande do Sul.

Assim como Nunes e Alê Silva, outros aliados da base original e mais ideológica de Bolsonaro não se elegeral. como General Peternelli (União Brasil-SP), Coronel Armando (PL-SC), Nelson Barbudo (PL-MT), Coronel Tadeu (PL-SP), Policial Katia Sastre (PL-SP) e Major Fabiana (PL-RJ) também não conseguiram renovar os seus mandatos.

Outro caso emblemático é de Nelson Barbudo. Ele havia sido o deputado federal mais bem votado no Mato Grosso na disputa de 2018, com mais de 126 mil votos. Desta vez, o parlamentar somou pouco mais de 53 mil, uma redução de 58% de seu eleitorado.

Assim como Bibo Nunes, Barbudo diz que pretende manter o apoio ao presidente Bolsonaro mesmo sem mandato. "Sigo minhas convicções e determinação na reeleição do nosso presidente Jair Bolsonaro. Diferente de alguns que se influenciam pelo poder, não tenho tempo para vaidades, pois a minha maior luta sempre foi pelo futuro do Brasil e continuará sendo", afirmou. 

Completam a lista de aliados da "base raiz" de Bolsonaro que não terão mandato o deputado Daniel Silveira (PTB), que não conseguiu se eleger para o Senado pelo Rio de Janeiro; e o deputado Major Vitor Hugo (PL), que concorreu ao governo de Goiás e ficou em terceiro lugar com cerca de 14% dos votos válidos.

Novos aliados chegam para recompor "base raiz" de Bolsonaro a partir de 2023 

Apesar da baixa de alguns nomes, a base raiz do presidente Bolsonaro vai receber novos nomes que estreiam no Congresso Nacional a partir de 2023. Entre os novos aliados que chegam para a Câmara dos Deputados está o ex-jogador de vôlei Maurício Souza (PL-MG). O atleta ingressou na política com o apoio do Bolsonaro depois de ter sido acusado de ter feito homofóbicos em redes sociais. Ele teve 83 mil votos e, com isso, conquistou o quinto melhor desempenho da sigla no estado de Minas Gerais.

Outro aliado que chega para um cargo de deputado é o líder de caminhoneiros Zé Trovão (PL), que se elegeu com mais de 71 mil votos pelo estado de Santa Catarina. Trovão, que ficou conhecido pela participação nos atos do 7 de setembro de 2021, concorreu com uma tornozeleira eletrônica por ser alvo de inquéritos dentro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na segunda-feira (3), os advogados Elias Mattar Assad e Thaise Mattar Assad, que defendem o caminhoneiro, disseram que vão comunicar oficialmente a eleição dele ao Supremo para que Zé Trovão possa exercer livremente o mandato a partir de janeiro de 2023. "O próximo passo, no âmbito jurídico, será comunicar oficialmente o STF da superveniência deste fato novo, objetivando a abolição ou, ao menos, a flexibilização das medidas, em respeito à vontade popular, consagrada nas urnas, para que possa livremente exercer seu mandato", diz a nota divulgada pela defesa do caminhoneiro.

Também deve integrar a base raiz do presidente Bolsonaro do presidente Bolsonaro a partir de 2023 o deputado mais bem votado desta eleição: Nikolas Ferreira, que recebeu mais de 1,4 milhão de votos por Minas Gerais. "A gente não pode deixar de mandar um recado aqui para a esquerda: vai ter que engolir o Nikolas federal", disse o eleito sobre o resultado das urnas. Em entrevista coletiva após o resultado no primeiro turno, Bolsonaro elogiou Nikolas Ferreira. "O trabalho do Nikolas ajudará a gente ter uma parcela de jovens no segundo turno", disse o presidente.

Dissidentes de Bolsonaro não conseguiram renovar seus mandatos

Além de parte dos integrantes da base raiz de Bolsonaro no Congresso, alguns ex-aliados desse grupo também não conseguiram renovar seus mandatos para a próxima legislatura.

Joice Hasselmann (PSDB-SP) não conseguiu se reeleger para a Câmara. Em 2018, quando ainda era aliada de Bolsonaro, Hasselmann foi a segunda candidata mais votada à Câmara dos Deputados por São Paulo, com mais de 1 milhão de votos.

O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) não conseguiu uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo. Mas ele recebeu apenas 24.224 votos, insuficiente para conquistar uma cadeira. Em 2018, ele havia sido eleito deputado federal pelo PSL com 155 mil votos.

Completam a lista de desafetos de Bolsonaro que eram da base raiz e não renovaram seus mandatos nomes como Julian Lemos (União-PB), Professora Dayane Pimentel (União-BA) e Junior Bozella (União-SP).

"Mesmo enfrentando o governo federal, sem orçamento secreto e sem as máquinas locais, obtive 30 mil votos de confiança e consciência. Eu poderia ter sido uma marionete, mas segui meus princípios e fui premiada como a melhor parlamentar do estado. Isso é vitória. Vitoria moral", disse Professora Dayane.

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