O ex-juiz e pré-candidato à Presidência da República, Sergio Moro (Podemos).
O ex-juiz e pré-candidato à Presidência da República, Sergio Moro (Podemos).| Foto: Isaac Amorim/Ministério da Justiça.

A campanha do presidenciável Sergio Moro (Podemos) enxerga o agronegócio como um dos temas prioritários na questão econômica, afirma Xico Graziano, engenheiro agrônomo e ex-deputado federal escalado para organizar as propostas do pré-candidato voltadas ao setor, junto a Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central que lidera a equipe econômica de Moro. Segundo Graziano, elas devem focar em um crescimento sustentável, tecnológico e inclusivo para o agronegócio e na ampliação do seguro rural.

Sobre a questão da sustentabilidade, ele afirma que é preciso ter tolerância zero com desmatamentos ilegais e que é preciso reverter a imagem negativa do agronegócio brasileiro criada a partir de "equívocos" do presidente Jair Bolsonaro e do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, "que nada tem a ver com o agricultor brasileiro".

Para o desenvolvimento tecnológico e inclusivo, a equipe de Moro quer apostar na expansão do cooperativismo – por acreditar que o acesso a tecnologia aos pequenos produtores é facilitado por meio das cooperativas – e do ensino entre os produtores rurais. Para Graziano a educação é um grande desafio no campo, porque 54% dos responsáveis por propriedades rurais são considerados analfabetos ou de baixíssima escolaridade (1º grau incompleto), segundo Censo Agropecuário de 2017.

Por fim, Graziano também defendeu a ampliação do seguro rural como política agrícola primordial. Ele afirma que o número de seguros rurais no Brasil é muito pequeno em comparação com o financiamento da produção – um em cada 100. "Nosso sistema financeiro é muito oneroso e o seguro rural sempre foi muito caro", disse à Gazeta do Povo.