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José Reina: “controle emocional faz parte do nosso treinamento” | Gilberto Abelha/Jornal de Londrina
José Reina: “controle emocional faz parte do nosso treinamento”| Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

Profissional

Sargento condecorado cobra melhor remuneração da categoria

O sargento José Rodrigues Reina Junior, da 4.ª Companhia Independente de Londrina já correu muitos riscos em seus 23 anos de profissão. O mais marcante deles ocorreu em janeiro de 1999 e lhe rendeu uma condecoração por ato de bravura. Depois de sair do serviço, o policial percebeu um assalto a uma farmácia e rendeu quatro homens, dois deles armados. "A nossa didática diz para abordar sempre em superioridade numérica e eu estava sozinho. Por isso, o caso chamou a atenção das pessoas na época", explica.

Por essa e outras importantes ações como policial, Reina já recebeu várias homenagens e foi condecorado com medalhas, além de ter recebido Diploma de Reconhecimento Público da Câmara Municipal de Londrina e Voto de Louvor na Assembleia Legislativa do Paraná. Segundo ele, o risco faz parte da vida de quem escolhe a profissão. "O controle emocional faz parte do nosso treinamento. Somos levados ao limite psicológico para depois saber lidar com essas situações", conta.

Para ele, a grande maioria dos policiais é de profissionais dedicados à sua função de garantir a segurança da sociedade. "Os corruptos são minoria. Quem resiste a todo o período de formação realmente assume o compromisso com a sociedade."

Não há como negar que atos de bravura não representam mais que o cumprimento do papel dos policiais. Mas, para Reina, uma profissão que vive permanentemente em situações de vulnerabilidade merece mais valorização. "A polícia vai mudar a visão negativa que a sociedade tem quando o poder público perceber a necessidade da melhor remuneração. Policial bem pago não se corrompe", pondera. (JG)

Não podemos fazer as coisas de forma amadora

A Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) lançou na sexta-feira o Nú­­­cleo de Pesquisas em Se­­gu­­rança Pú­­­blica e Privada. O objetivo é ter um centro de estudos que possibilite sugestões de políticas pú­­blicas para Segurança Pública do Paraná. A ideia surgiu de um grupo de amigos policiais, entre eles um militar, um federal e um bombeiro.

Leia a entrevista completa

No dia a dia, um policial se depara com inúmeras situações porque está sempre em contato com a população e, muitas vezes, é a única manifestação do Estado disponível. Isso leva a comunidade a requisitá-los para todo tipo de adversidade. Foi o que aconteceu com o cabo Joel Chaves, na situação que, segundo ele, foi a mais inusitada em seus 25 anos de carreira.

Na manhã do dia 27 de julho, Chaves e os colegas do destacamento do 13.º Batalhão de Curitiba foram surpreendidos pelos pedidos de socorro de um jovem que estava com a mulher no carro já em trabalho de parto. Assim que viram a situação da gestante, os policiais chamaram o Siate. "Eu percebi que não ia dar tempo. Pedi uma luva cirúrgica e tomei a frente para fazer o parto."

Apesar de não ter nenhuma experiência, a não ser o acompanhamento do parto do próprio filho, Chaves não hesitou em ajudar o casal na emergência. "Eu agi muito por instinto. Na polícia, a gente só recebe treinamento básico para prestar primeiros socorros", explica. "Eu penso que, se não for pra encarar qualquer coisa, estou na profissão errada. Não fui herói. Eu fiz o que um policial deveria fazer", diz ele.

Em situações como essa, o policial desmitifica a imagem puramente repressiva que a polícia tem. E mostra que há profissionais dedicados a exercerem bem seu trabalho, mesmo quando é preciso colocar a própria vida em risco. "Medo a gente tem, mas só pensa nele depois que cumpre a tarefa", revela Chaves.

No mesmo dia em que o parto foi realizado em Curitiba, dois policiais da 4.ª Companhia Inde­pendente de Londrina se arriscaram em uma operação que resultou na prisão de 11 pessoas que formavam uma quadrilha de roubo de carros sob encomenda.

Na rua, o sargento Francisco Rodrigues e o soldado Luiz Galvão foram informados, por rádio, do roubo de um carro. Eles localizaram o veículo e, com a prisão, souberam da existência de um barracão usado para esconder os veículos. "Nós deixamos a viatura e fomos com os três ladrões no carro. A gente não sabia quantas pessoas havia no barracão e se estavam armados", conta Rodrigues.

Depois de prender mais seis pessoas e apreender três armas e mais dois carros, os policiais descobriram, através de uma ligação feita para um dos ladrões, que dois receptadores aguardavam a entrega de um carro com placas trocadas. "Novamente, nos infiltramos entre eles e fomos ao encontro dos receptadores, que também acabaram presos."

Prevenção

Além de zelar pela segurança e tranquilidade da sociedade, às vezes colocando em risco a própria vida, policiais se dedicam a projetos sociais que visam à construção da cidadania e a prevenção da criminalidade.

Em 2002, o 5.º Batalhão da Polícia Militar de Londrina criou o Cidadão Mirim, um projeto de contraturno escolar desenvolvido com crianças de 8 a 13 anos em situação de vulnerabilidade social. "A ideia nasceu numa região bastante carente da cidade, para tirar as crianças da rua e afastá-los das drogas e da violência", conta o coordenador do projeto, subtenente Vilmar Giroldo.

Com apoio da Igreja e da própria comunidade, o projeto já atendeu a cerca de 900 crianças, com atividades esportivas, culturais, religiosas, além de palestras educativas. "Desde 2002, não tivemos mais envolvimento desses menores em delitos."

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