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A bola rolou no Couto Pereira e tudo começou numa explosão de alegria que incendiou o estádio. O gol de Alcimar logo no comecinho colocava o Coritiba na dianteira da corrida pela fuga do rebaixamento, e a galera vibrou em esperança pura. O milagre parecia ganhar contornos reais, mas a ansiedade por uma boa notícia vinda de Belo Horizonte (um gol do Cruzeiro contra o São Caetano) ou Campinas (gol do Brasiliense contra a Ponte Preta) não permitia sequer um segundo de sossego aos Alviverdes. E o que veio foi uma péssima informação: gol da Macaca. Logo depois, outra ainda pior, o São Caetano fazia um a zero.

Mas o time seguia bem em campo, o que mantinha a torcida agitada fora dele, incentivando sem parar. Porém era possível sentir o clima ficando cada vez mais pesado, reforçado pelo silêncio nas arquibancadas em alguns momentos. Os gols dos concorrentes à Segundona foram saindo e a desilusão pairava no ar. Quando restava apenas o apito final do árbitro para a decretar a queda do Coritiba para a Segunda Divisão, o estádio inteiro levantou-se e proclamou: "Coxa, eu te amo!". A declaração de amor parecia ser a melhor alternativa para aplacar a dor. Era o fim dos 90 minutos de angústia, sentimento que apertara o peito dos coritibanos durante todo o jogo, aflorado como riso, choro, incentivo e vaia. Infelizmente, para os coxas-brancas, o alívio que todos queriam sentir não veio. Sobrou tristeza e amor pelo clube.

Muito chateado na saída do estádio, o estudante Marcel Reis não escondia a mágoa. "A gente sofre muito. Estou triste por não ter dado certo", desabafou. Pelo menos, segundo o torcedor, uma hora a mágoa passa. "Logo tudo melhora. Mas é ruim viver essa situação", relatou, completando que o elenco fraco foi determinante para o rebaixamento.

O professor James Alves enxergou da mesma maneira.: a culpa foi do time ruim. E para alterar esse panorama é preciso investir mais e melhor daqui para a frente. "Nós esperamos que a diretoria tenha aprendido a lição. Mas não podemos nos desmotivar, ano que vem vamos subir", concluiu.

Sofrimento duplo viveu o analista de sistemas Wilson Flavio. O time do coração derrotado na competição, e o filho chorando no colo. "Minha tristeza é ainda maior. Sinto pelo Coxa e pelo Bruno", falou. Entretanto, segundo Wilson, é tempo de unir-se ainda mais, e ajudar o Coxa. "Em 2006 nós dois vamos continuar ao lado do Coritiba. Ele entrou em campo com o time várias vezes neste campeonato, e ano que vem vai ser do mesmo jeito", declarou.

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