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Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar | Roberto Custódio/JL
Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar| Foto: Roberto Custódio/JL

Queixas e exames de corpo delito

Campo, hospital, sala de imprensa, vestiários. Faltava mesmo a delegacia como cenário para a batalha entre Atlético e Grêmio. Ainda na madrugada após a partida, os gremistas Eduardo Costa e Tcheco e o atleticano Claiton foram até o distrito policial para mais um capítulo da confusão.

Os três prestaram depoimento e foram lavrados termos circunstanciados – por se tratar de lesão corporal –, com o caso ficando a partir de agora nas mãos do 2.º distrito da Polícia Civil, em Curitiba. Claiton e Tcheco ainda foram submetidos a exame de corpo delito.

"Foi dada a ordem de serviço. Vamos identificar os seguranças envolvidos segundo o relato do jogador do Grêmio, juntar todos os detalhes e encaminhar ao Juizado Especial", disse o delegado responsável, Dirceu Nascimento.

Na situação envolvendo Tcheco, o jogador alegou que foi xingado pelo presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, enquanto se dirigia para o vestiário após ser expulso. Além disso, ele declarou que foi agredido por seguranças do Furacão, o que teria lhe causado uma lesão no abdômen. Ontem, o Atlético divulgou em seu site imagens do circuito interno de tevê da Arena que mostram apenas o meio-campista sendo contido pelos seguranças do Grêmio.

"No meio do bolo não pude perceber quem me agrediu. Mas estava tudo premeditado, ele (Petraglia) desceu para me provocar", comentou Tcheco. Sobre as imagens dele partindo para a briga que o Atlético divulgou em seu site oficial, o jogador questionou: "Por que não mostra tudo? Isso é uma edição que fizeram".

Já os outros dois deram queixa a respeito da briga na sala de imprensa. Claiton disse à polícia que recebeu um chute de Eduardo Costa enquanto dava entrevista para a rádio Transamérica, com o gremista saindo correndo para o vestiário na seqüência.

Por sua vez, Eduardo contou que foi provocado e "jurado" pelo atleticano, que teria dito que o "pegaria" em Porto Alegre. Ele não gostou e os dois entraram em vias de fato, de acordo com o registrado no boletim de ocorrência.

André Pugliesi

A batalha entre Atlético e Grêmio extrapolou o campo, foi parar na delegacia na noite de quarta-feira e chegou ao ápice na manhã de ontem, no Aeroporto Afonso Pena. Lá, o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, e a delegação gremista se reencontraram na sala de espera dos portões de embarque 3 e 4. O dirigente paranaense esperava o avião para viajar a São Paulo. Os gaúchos voltavam para Porto Alegre após a derrota por 2 a 0. Houve discussão, briga e três pessoas foram parar na Polícia Cívil.

No boletim de ocorrência, Petraglia acusa dirigentes gremistas de o terem insultado e agredido com um celular, socos e pontapés enquanto estava sentado, lendo jornal. O assessor de futebol do Tricolor, Paulo Pelaipe, afirma ter levado um soco no olho esquerdo de um terceiro indivíduo e, por isso, ter perdido um dente. O agressor seria Frank Romanoski, conselheiro do Atlético, que no seu B.O. disse ter saído em defesa do dirigente rubro-negro e agido em legítima defesa.

Ontem à tarde, a Polícia Cívil distribuiu um vídeo contendo imagens do circuito interno do Afonso Pena, mas liberou apenas cenas da última confusão. Nelas, um integrante da delegação gremista tenta atingir Romanoski, que sai correndo. Na imagem, Petraglia já está de pé e acompanha a tudo tranqüilamente.

O superintendente do distrito do aeroporto, Altair Ferreira, afirma que há outras imagens mostrando o momento em que o dirigente atleticano é atingido por um chute e se desequilibra.

O horário marcado no vídeo é 10h11. Mas de acordo com a polícia, a confusão começou por volta das 9h30. Testemunhas que trabalham no local contaram à Gazeta que teriam ocorrido três confusões. Confirmam em parte o depoimento de Petraglia.

O dirigente atleticano estaria lendo jornal quando foi abordado por um integrante da delegação gremista. Teria sido chamado de "vagabundo e ladrão" e agredido com uma pasta. Houve a separação. Então, "o homem que estava sentado levantou e partiu para cima". Foi quando houve uma briga generalizada e a primeira correria.

Após tudo estar novamente tranqüilo – Petraglia para um lado e gremistas para o outro –, ocorreu a fuga do conselheiro atleticano que aparece nas imagens liberadas pela polícia.

O vôo da delegação gaúcha atrasou em 50 minutos. Petraglia, Romanoski e Pelaipe só foram liberados pois o dirigente atleticano afirmou não poder fazer o exame de corpo delito imediatamente, por ter uma importante reunião em São Paulo. Petraglia compareceu ao Instituto Médico Legal de Curitiba na noite de ontem. Pelaipe foi ao IML de Porto Alegre no começo da tarde.

Ao chegar à capital gaúcha, o dirigente gremista contou outra versão. Disse só ter havido um discussão e que perdeu o dente na noite do jogo, contradizendo o que havia dito à polícia. "Ele (Petraglia) se posicionou na sala de embarque para nos provocar. Ficou provocando o Tcheco", afirmou à rádio Gaúcha.

O atleticano disse que tudo foi motivado pelo "baile" do Furacão na vitória da noite anterior. "Estava sentado lendo o jornal, nem lembrava mais (do jogo). Eles vieram com palavrões, ofensas morais e ofensas físicas. Me agrediram. Felizmente tinha um amigo ao lado. Mas a diretoria do Atlético e o Petraglia estão acima disso".

O caso será julgado no Juizado Especial Criminal de Curitiba (pequenas causas), mas a pena é alternativa. Geralmente doação de cestas básicas. Ontem mesmo os dois clubes lançaram notas oficiais com acusações mútuas.

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