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Até outro dia, Curitiba convivia com a indefinição. Era grande a chance de a cidade ficar de fora da Copa de 2014. Brigas políticas sobrepunham às qualidades urbanas da capital paranaense. A virada começou em setembro do ano passado, com a assinatura de um decreto do governador Roberto Requião criando o comitê local para assuntos relativos ao Mundial. Coube, então, ao vice-governador Orlando Pessuti a missão de coordenar os trabalhos. Pacificador, estreitou relacionamento com o prefeito Beto Richa, outra peça importante no jogo de xadrez da campanha. Aproximou-se do presidente da Federação (FPF), Hélio Cury, e de dirigentes do Atlético. E, em menos de cinco meses, alavancou a candidatura de Curitiba. Na quinta-feira, Pessuti recebeu a Gazeta do Povo no Palácio das Araucárias e fez um balanço dos trabalhos pró-Copa.

Até meados do ano passado, era comum Curitiba não constar das listas de possíveis sedes para a Copa do Mundo de 2014. Hoje não há relação que exclua Curitiba. O que foi determinante para essa virada?

Tivemos a oportunidade de apresentar à Fifa e à CBF todas as condições de Curitiba para sediar a Copa do Mundo, e isso nos ajudou muito. Talvez a cidade não fosse suficientemente conhecida. Mostramos que nós temos uma infraestrutura urbana melhor do que as outras cidades. No momento em que isso se tornou conhecido, Curitiba passou a pontuar. A solução dos problemas da Federação Paranaense de Futebol (FPF) e o novo relacionamento entre a prefeitura e o governo também contribuíram.

Qual o plano do comitê para que a Copa seja não só de Curitiba, mas do estado?

Pedindo, inicialmente, que todos se entreguem à luta para trazer a Copa para cá. Já estive em Paranaguá, Ponta Grossa, Londrina... Vamos a Maringá, Foz do Iguaçu e Cascavel pedir o comprometimento de todos. Nada impede que uma seleção que venha jogar em Curitiba se hospede em Blumenau, Joinville (ambas em Santa Catarina), escolha Guarapuava para treinar... Ponta Grossa, por exemplo, está a 100 km (117 km na verdade) da capital, com pista duplicada. Pode, perfeitamente, receber uma seleção. A Copa não vai ser só de Curitiba, mas sim de todo o Paraná.

Qual será a postura do Paraná quanto a investimentos diretos na Arena?

O governo do estado do Paraná não tem permissão, pelo menos até o presente momento, para colocar recursos em um estádio que pertence a uma equipe de futebol. Nós não podemos fazer isso. Podemos, sim, auxiliar o Atlético a encontrar caminhos que sejam facilitadores. Por exemplo: o clube precisa adquirir uma área no entorno do estádio. Ao saber do interesse, o preço pode ser inflacionado. Nessa hora entra o poder público, declara a área como de interesse público, e isso evidentemente ajuda a resolver o problema.

O governo estadual foi criticado por não integrar a comitiva brasileira que foi à Suíça, em outubro de 2007, para o anúncio do Brasil como sede da Copa. Haverá uma missão paranaense no anúncio das sedes, agora, em março?

Nós estaremos lá, com toda certeza. O Paraná estará representado. Se o governador não puder ir, irei eu.

Qual legado o Mundial deve deixar para o estado?

As obras feitas serão o legado. A cidade ficará mais estruturada. Existe a expectativa de ver iniciada a obra do metrô, teremos de aparelhar o aeroporto, a acessibilidade à cidade será melhorada... E, certamente, o mundo vai saber que Curitiba e o Paraná existem, que tem um povo ordeiro e trabalhador. Não tenho dúvida de que seremos, entre todas, a melhor sede da Copa do Mundo.

Além do Brasil, o sr. teria preferência por alguma outra seleção para jogar e se hospedar no Paraná?

Como um oriundo, gostaria de ver a seleção da Itália por aqui. Mas como sou amigo dos poloneses e ucranianos, quem sabe a Ucrânia e a Polônia... Temos também uma colônia forte árabe e japonesa. E se vir nossos hermanos argentinos e uruguaios? E Portugal? Que fantástico seria. Com qualquer destas seleções estaríamos bem representados.

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