• Carregando...

Para entender o novo capítulo da longa e repetitiva crise atleticana seria preciso promover um balanço retrospectivo seguido de uma análise prospectiva. Um clube que teve a capacidade de construir o mais moderno centro de treinamentos do país e três estádios nos últimos 25 anos – o Pinheirão, abraçado como nova casa pelos atleticanos que adquiriram camarotes, cadeiras e boxes de estacionamento para viabilizar a obra inacabada e, ao fim e ao cabo, abandonada; a reforma da antiga Baixada, na volta ao lar; e a moderna Arena da Baixada –, não precisava ter embarcado no polêmico projeto da Copa do Mundo, captando recursos públicos para concluir a nova Arena.

Mas, por capricho do presidente Mario Celso Petraglia, o Atlético abriu mão de completar o estádio com recursos próprios – dinheiro em caixa no final do mandato do presidente Marcos Malucelli – e passou a administrar desgastante parceria com o governo do estado e a prefeitura de Curitiba. Sofreu e continua sofrendo pressões de todos os lados, o que é muito natural quando se aplica dinheiro público na iniciativa privada. Além do estressante processo das desapropriações de residências para a adequação da praça esportiva às exigências do caderno de encargos da Fifa.

Tudo poderia ter sido evitado sem o projeto da Copa, canalizando toda a energia dos atleticanos para o futebol, setor mais importante do clube que, como se sabe, continua sendo mal pensado e com resultados pífios nos últimos anos. Tanto que o retorno à Série A transformou-se em drama diante da fragilidade técnica da equipe.

Mas como foi celebrado contrato com os órgãos oficiais que, por sua vez, firmaram compromisso com a Fifa e, por este motivo, passaram a receber significativos investimentos do governo federal – através do PAC da Copa – para melhorar a infraestrutura e a mobilidade da capital paranaense, a diretoria resolveu colocar a Arena abaixo.

Só que o dinheiro prometido começou a ser liberado em contagotas obrigando o clube a usar os seus últimos recursos, situação agravada pela queda do time para a Série B e consequente diminuição do quadro associativo. Seguiram-se a negativa do aluguel dos estádios dos rivais e o êxodo rubro-negro acabou no pequenino estádio do J. Malucelli.

Mais prejuízos financeiros e maior grau de dificuldade técnica para o acesso de uma equipe irregular. Como se não bastassem tantos atrapalhos na vida do Atlético, entrou em cena o vice-presidente José Cid Campêlo Filho com graves denúncias de que parentes do atual presidente foram beneficiados em contratos de serviço na obra.

Enquanto não vierem os imprescindíveis esclarecimentos por parte do acusado e das consequências que advirão dessa nova crise interna, estamos impossibilitados de oferecer uma análise prospectiva ao sofrido torcedor atleticano.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]