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Em uma casa do Bairro Tingüi, em Curitiba, a festa foi dupla ontem. Além da vitória da França sobre o Brasil, a governanta Jacqueline Grimberg, francesa que mora há 30 anos no país, comemorou seus 63 anos de idade. A festa foi na garagem da casa do filho, o gerente de hotel Gilles Grimberg, 34 anos, que veio para o Brasil aos 4 anos de idade, e está há 8 em sua segunda passagem pelo país.

Gilles aproveitou a festa de aniversário da mãe e convidou cerca de 15 amigos, todos brasileiros, para assistirem à partida na garagem, que estava decorada com bandeiras e balões nas cores brasileiras e francesas. Para não haver confusão, até dois bolos foram feitos, cada um decorado com a bandeira de cada país.

Antes do início da partida, Grimberg se dizia com o coração dividido. "Fico feliz se a vitória for de qualquer um, mas tenho uma queda maior pela França. O Brasil já ganhou cinco vezes a Copa, vamos deixar a França ganhar mais", afirmou ele, vestido com uma camisa dis Bleus. No entanto, a torcida da sua mãe era uma só. "Quero como presente a vitória da França. Com certeza vamos ganhar", apostou Jacqueline, que cantou o hino dos dois países junto com os jogadores.

Durante o primeiro tempo, como qualquer torcedor, Grimberg e Jacqueline mostravam nervosismo. No intervalo da partida, a tensão deu lugar à comemoração, quando os convidados cantaram os parabéns para Jacqueline.

No segundo tempo, Gilles, sua mãe e seu pai, o aposentado Jules Grimberg, 65 anos, não se intimidaram com os brasileiros e comemoraram o gol da França. A alegria dos três durou até o fim do jogo, contrastando com os rostos tensos e tristes dos convidados.

Mesmo com a derrota brasileira, a festa não foi interrompida. "A comemoração vai continuar. Estou um pouco triste, mas feliz também pela França, porque sou casada com um francês", disse a promotora de eventos Suzilei Santanna, casada há 7 anos com Grimberg. O gerente de hotel comemorou timidamente a vitória dos Bleus. "Valeu pelo presente de aniversário para minha mãe. Mas não foi a França que ganhou, foi o Brasil que perdeu", avaliou ele.

Para a sua mãe, a festa ontem foi completa. "Estou contente, mas um pouquinho triste. Um pouquinho só", admitiu Jacqueline.

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